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Jucutuquara faz tributo a escravo símbolo da resistência negra

Jucutuquara faz tributo a escravo símbolo da resistência negra

Escola de Vitória contará história de Ambrósio, fundador de um quilombo

Publicado em 27 de janeiro de 2018 às 00:14

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Foliona fiel, Elizabeth já garantiu sua fantasia. (Vitor Jubini | AG)

A história é sobre o quilombola “Ambrósio”, que dá título ao enredo da Jucutuquara, mas poderia ser sobre qualquer minoria, que sabe o que é não ter direitos básicos contemplados.

É essa a proposta da agremiação este ano, como explica a conselheira e diretora executiva da escola, Andréa Monteiro. “Ambrósio foi um guerreiro, um escravo, como vários outros no Brasil que fugiram e formaram quilombos.” Mas o grande lance da Unidos de Jucutuquara é: nós não estamos cantando ou defendendo a luta de um povo negro, estamos cantando e defendendo, no contexto geral, a opressão que qualquer um pode sofrer dentro de qualquer segmento. A Unidos de Jucutuquara traz o Ambrósio, traz a resistência da luta negra, traz o canto do povo negro, mas que é uma bandeira para todos aqueles que são oprimidos.” 

Uma das mais tradicionais escolas de Vitória, a Jucutuquara coleciona fiéis seguidores, como a foliona Elizabeth Vassalo Negri, 67 anos. Ela chegou praticamente cantando o samba da escola ao barracão onde as fantasias estavam sendo construídas, em Fradinhos. “Na Jucutuquara, desde o final dos anos 70, 80, porque teve um período que parou, no início eram blocos. Fiquei um período sem desfilar e retornei em 2005. Agora estou direto. Morei aqui em Jucutuquara, nos anos 70. E eu como morei aqui, e como é um bairro com marcas lindas de uma fase da minha vida, e também sou de uma família de carnaval lá de João Neiva. A gente foi criada nesse meio, a gente cresceu e foi amadurecendo nesse meio de carnaval. Eu sou apaixonada por carnaval, fico esperando os 365 dias chegar que já começo.” 

Integrantes trabalham na montagem dos adereços. (Vitor Jubini | AG)

O local onde ela escolhia a fantasia é supervisionado pela diretora financeira Danusa Correa, 46 anos, sendo 32 deles dedicados a escola. “Aqui a gente faz um pouco de tudo. Como sou financeira, fico ali na frente para fazer vendas de fantasias e de ingressos. E tem nosso barracão pesado onde fazem os carros alegóricos. Então aqui a gente distribui para as pessoas, tem os barracões externos, e aqui é o central, como se fosse a matriz e a gente vai distribuindo para os demais.”

A Jucutuquara é a última escola a desfilar no dia 3 de fevereiro, noite dos desfiles das agremiações do Grupo Especial.

Croqui de fantasia da Jucutuquara: referências africanas. (Vitor Jubini | AG)

FICHA TÉCNICA

Enredo: “Ambrósio”

Número de componentes: de 1.500 a 1.800

Número de alas: 19

Carros alegóricos: quatro

Intérprete: Ricardinho de Oliveira

Mestre de bateria: Sérgio Luiz Monteiro da Penha (Mestre Serginho)

Rainha de bateria: Luiza de Freitas Monteiro

Carnavalesco: Peterson Alves

Onde comprar fantasia: avenida José Cassiano dos Santos, Fradinhos, próximo ao Clube Anchieta. Informações: (27) 99852-6090 e (27) 99983-5433

Ensaios: neste sábado (27), a partir das 19h, na pracinha atrás do Ifes

 

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