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Médica amiga de Milena Gottardi pede para depor sem a presença dos réus

Médica amiga de Milena Gottardi pede para depor sem a presença dos réus

Raquel Lacourt iniciou a série de depoimentos previstos para essa quarta-feira (17)

Publicado em 17 de janeiro de 2018 às 13:56

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Fórum Criminal de Vitória: segundo dia de audiências do caso Milena . (Bernardo Coutinho)

No segundo dia de audiências do processo de julgamento do assassinato da médica Milena Gottardi , a médica Raquel Lacourt, amiga de Milena, iniciou a série de depoimentos previstos para essa quarta-feira (17). Ela começou a depor às 9h15 e pediu para falar na ausência dos réus, pedido que foi aceito pelo juiz. O depoimento acabou antes das 10h30. O segundo depoimento começou logo depois, com mais uma amiga de Milena, Bianca Pavan, que também pediu para falar sem a presença dos réus.

Em seguida foi a vez de outra amiga médica de Milena depor, Aline Coelho. A previsão é que outras cinco pessoas sejam ouvidas nesta quarta.

Ao chegar ao Fórum Criminal de Vitória, o advogado Homero Mafra, que também é presidente da OAB-ES, disse que, no primeiro dia de audiências, não viu ódio no discurso dos parentes da médica assassinada. Mafra defende Hilário Frasson, ex-marido de Milena e acusado de ser um dos mandantes do crime.

"Uma coisa que a gente pode registrar é a postura da família, a tranquilidade. A família não colocava ódio, a família faz um depoimento que é um depoimento verdadeiro. Uma coisa que ficou clara é que ninguém da família afirmou que Hilário agredia Milena, por exemplo", declarou o Mafra.

O advogado, que no primeiro dia de audiências já havia criticado mais uma vez a "celeridade seletiva do processo", afirmou ainda que vai seguir com a mesma linha de defesa. "Nós continuamos com a mesma visão. O Hilário transmite que não participou desses fatos e é com essa linha que nós vamos trabalhar", assegurou.

DIONATHAS e BRUNO ISOLADOS

A defesa de Dionathas Alves Vieira, acusado de atirar na médica Milena Gottardi, e de Bruno Rodrigues Broetto, que teria roubado a moto utilizada por Dionathas no dia do crime, afirmou, no fim da noite desta terça-feira (16), que o policial civil Hilário Frasson, e um dos intermediários, Valcir da Silva Dias, tentaram intimidar Dionathas no intervalo da primeira audiência sobre o caso.

Nesta quarta (17), por conta da intimidação ocorrida nesta terça, o juiz, atendendo ao pedido da defesa, também determinou o isolamento de Dionathas e Bruno dos demais acusados. Dentro do salão do Fórum, a determinação é que eles fiquem distantes. 

"Isso foi lamentável. Ontem (terça) o Dionathas relatou que teria sofrido uma ameaça do Hilário, que teria proposto a ele trocar de advogado. Porque o advogado estava atrapalhando o interesse deles, e que ele (Hilário) iria pagar outro advogado para o Dionathas. Para que com essa mudança de defesa ele pudesse tirar todas as acusações contra os demais acusados, e em troca Hilário daria dinheiro para a família dele", contou Leonardo da Rocha Souza, advogado de Dionathas e Bruno.

O advogado também fez questão de destacar que o primeiro dia de audiências foi bastante positivo para os seus clientes.

"Na visão da defesa foi um dia muito proveitoso, esclarecedor. Para o Bruno foi a oportunidade de esclarecer aquilo que a gente já vinha dizendo, que é a ausência de provas objetivas da participação e da ciência ao crime. As provas são fracas. Para o Dionathas veio também confirmar que ele tem colaborado desde o início para o esclarecimento dos fatos", comentou.

PRÓXIMOS PASSOS

O restante das audiências serão realizadas nos dias 30 e 31 de janeiro. No primeiro dia, serão chamadas as pessoas apontadas pelas defesas dos denunciados como mandantes do assassinato da médica: Hilário Frasson e o pai dele, Esperidião Frasson.

Na lista de testemunhas convocadas pelo advogado de defesa Hilário, Homero Mafra, foram intimadas 13 pessoas, entre elas um desembargador aposentado, dois assessores de desembargador, o chefe da Polícia Civil do Espírito Santo, Guilherme Daré, e um padre da Igreja Católica, José Pedro Luchi.

Já no dia 31 de janeiro, devem comparecer as testemunhas apontadas pela defesa de Hermenegildo Palauro Filho, conhecido como Judinho, e Valcir da Silva Dias, ambos acusados de serem intermediários do crime. As audiências para ouvir as testemunhas de defesa de Dionathas e Bruno Rodrigues Broetto, acusado de ter roubado a moto do crime, ainda não foram marcadas.

Durante as audiências de instrução do processo, são ouvidas testemunhas, ocorre o interrogatório do réu e, se for o caso, são apresentadas as alegações finais. Após essas audiências, o juiz vai analisar e pode ou não decidir se pronuncia ou não o acusado, ou seja, se ele vai ou não a júri popular. Quando o juiz decide pela pronúncia, ele não está decidindo se o réu é ou não culpado, mas se há indícios de autoria do crime.

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Com informações de Caique Verli

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