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Médica usou maquiagem para esconder agressão

Médica usou maquiagem para esconder agressão

Segundo amiga, Hilário já havia batido na ex em frente à filha

Publicado em 19 de janeiro de 2018 às 02:54

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Após ter sido baleada na cabeça, Milena Gottardi Tonini Frasson não resistiu aos ferimentos e morreu no dia 15 de setembro. ( Reprodução/Facebook)

Uma semana antes de ter sido assassinada, a médica Milena Gottardi apresentava alguns hematomas que, mesmo com forte maquiagem, poderiam ser vistos. A afirmação é da funcionária da escola em que as filhas de Milena e do policial civil Hilário Frasson estudavam. Além desse depoimento, feito durante as audiências no Fórum Criminal de Vitória, nas últimas terça e quarta-feira (17), duas amigas da médica informaram à polícia que Milena havia sido agredida por Hilário.

“Milena estava com alguns hematomas e com maquiagem muito forte”, relembrou a funcionária da escola em depoimento a que o Gazeta Online teve acesso com exclusividade.

A uma amiga, a médica confidenciou que queria se separar de Hilário, acusado de ser mandante do assassinato, porque "já tinham acontecido duas agressões físicas dele contra ela”. A revelação também foi feita em depoimento.

As testemunhas prestaram informações nas duas primeiras audiências sobre o caso, a pedido do Ministério Público Estadual (MPES). A médica foi baleada na saída do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam), em Vitória, no dia 14 de setembro de 2017 e morreu no dia seguinte.

Com a afirmação da amiga de Milena, é a primeira vez que as supostas agressões físicas aparecem no processo. Até então, o que havia eram relatos de agressões verbais partindo do ex-marido.

Com esta amiga, segundo o depoimento, a médica comentava que “escondia as agressões físicas que sofria de Hilário dos familiares para não preocupá-los”.

Uma outra amiga, também em depoimento, contou que a filha mais velha de Milena havia presenciado uma das agressões, fato que a criança teria relatado na escola em que o filho da testemunha também estuda. Em um trecho de seu relato ela diz: “A filha de Milena afirmou na escola que ela (a médica) apanhava do pai”.

A testemunha reiterou que Milena confessou que sofreu agressões físicas e emocionais por parte do acusado e que era seguida por ele.

BRIGA

O irmão de Milena, Douglas Gottardi, que não estava no Brasil quando aconteceu o crime, revelou em seu testemunho que Hilário era muito agressivo com Milena e que ele não gostava da sua mãe, Zilca Gottardi.

Segundo ele, certa vez, Hilário o chamou para ir à casa deles conversar. Ele estava com a esposa quando Hilário e Milena “partiram um para cima do outro”. Segundo o irmão da médica, a discussão se agravou e ele, Douglas, precisou segurar o cunhado enquanto sua esposa segurava Milena, até o casal se acalmar.

Quando a médica e as filhas saíram do apartamento do casal para outro imóvel, Hilário passou a ligar insistentemente para a ex-mulher, para o cunhado e para sua sogra, mas nenhum deles atendeu. No momento em que Douglas atendeu, consta no relato à Justiça, Hilário teria descarregado tudo o que queria falar, proferiu várias ofensas, dizendo que o cunhado estava acabando com ele.

Douglas, então, disse que Hilário era “um moleque” e que eram ele quem deveria ter saído de casa. O policial civil respondeu que “não é moleque, que era homem para fazer muita coisa”.

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Nessa mesma noite, Esperidião Frasson, pai de Hilário, ligou para o irmão de Milena e fez várias ofensas, dizendo que ele estava sendo falso, que não estava ajudando na reconciliação por ter ajudado a tirar a médica de casa.

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