O relacionamento conturbado com o policial civil Hilário Frasson deixava a médica Milena Gottardi com a sensação de que vivia um inferno e, mais do que isso, ela já suspeitava que o ex-marido estava contratando alguém para matá-la. Essas informações teriam sido confidenciadas pela médica a uma familiar que, em audiência na 1ª Vara Criminal de Vitória, revelou o que sabia do convívio do casal. O
Gazeta Online
teve acesso aos depoimentos com exclusividade.
A conversa, de acordo com o depoimento, aconteceu enquanto as duas iam buscar a filha de Milena na escola. No trajeto, a médica teria dito que, ao pegar o celular da menina, observou um contato estranho de um homem e se assustou. Naquele momento, ela teria dito, em tom de brincadeira: acho que Hilário está contratando alguém para me matar. E, ao ser questionada sobre isso, a médica teria respondido que vivia um inferno e tinha medo do ex-marido.
ARMAS
No depoimento, a familiar também mencionou que Hilário era possessivo, ganancioso e gostava de ostentar, inclusive armas. Hilário ostentava arma dentro de casa, perto da filha; Milena não gostava, tinha medo, contou.
Às vezes, ele ia buscar as crianças no prédio (onde o casal viveu junto e Milena continuou morando após a separação) com a arma na cintura e houve relatos de que também ostentava a arma na escola das filhas, acrescentou.
Poucos dias antes do crime, segundo o depoimento, Milena recebeu um vídeo de Hilário atirando e foi orientada pela parente a procurar uma delegacia. Mas a médica não teria tomado nenhuma atitude, preocupada com a possibilidade do policial perder o emprego e que as filhas se sentissem mal.
Então, Milena teria apenas respondido a mensagem, pedindo que o ex-marido não mandasse mais aquele tipo de vídeo porque as filhas poderiam ver, já que mexiam em seu celular. Ela só pensava nas crianças, ressaltou a familiar.
Como estava com Milena no dia em que a médica recebeu o vídeo, assim que tomou conhecimento que ela havia sido baleada, a parente logo pensou em Hilário. Ela pensou, no entanto, que, em vez de mandante, ele tivesse sido o autor dos disparos. "Minha maior preocupação era que o crime fosse investigado apenas como latrocínio (assalto seguido de morte)", destacou, em um dos trechos do depoimento.
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