"A gente está em pé porque a gente acredita em um Deus que dá força para gente." Foi assim que Douglas Cordeiro Mendes dos Santos, de 26 anos, tentou definir o momento de tristeza que vive depois de perder a mãe, a irmã e a filha, de 4 anos, em um acidente na BR 101, em Vila Velha, na manhã desta segunda-feira (08). A família vinha de Guarapari e deveria se encontrar com Douglas no trevo de Viana.
Abalado, Douglas revelou não estar preocupado em entender como o acidente aconteceu e lamentou, sobretudo, a morte da filha, que "era muito alegre e tinha uma vida inteira pela frente". O carro era dirigido pela irmã de Douglas, Letícia Cordeiro Mendes dos Santos, de 21 anos.
"Não me cobro tanto entender o que aconteceu, porque era a minha irmã que estava no volante e a minha filha morreu. Perdi três pessoas que eu amava muito, não quero culpar ninguém. O que eu queria era minha filha, e eu não tenho minha filha comigo aqui. Queria minha mãe, minha irmã, mas acima de tudo a minha filha. Ela ia fazer 5 anos, tinha a vida toda pela frente. Eu perdi minha filha do meio, a que era mais agarrada comigo, a mais carinhosa, que mais parecia comigo", lamentou.
Pai de outros dois filhos, uma menina de 12 anos e um menino de quatro meses, Douglas contou que Manoela curtia férias em Guarapari com a avó e a tia desde o último dia 02. O último contato do pai com a menina foi na noite desse domingo (07).
"Ontem a noite a gente conversou com a Manoela, eles estavam indo para um parque em Guarapari. Ela falou que nos amava, que estava com saudade. E a gente disse 'amanhã a gente vai se ver, vamos estar juntos com você', mas não deu tempo", relembrou o pai, que foi completado pela esposa.
"Minha filha tinha uma alegria contagiante. Era uma criança muito alegre, simpática. Dá para você guardar todos os momentos, porque ela estava sempre feliz", definiu Marília Brás Brijó Cordeiro, de 33 anos, mãe da menina.
Telefonemas em busca de notícias
Desde às 5 horas da manhã desta segunda-feira (08), Douglas esperava pela família no trevo de Viana. A mãe, a irmã e a filha do técnico de planejamento deveriam chegar ao local até às 6 horas. Preocupado com a demora, ele mandou mensagens e fez diversas ligações para a irmã, até descobrir que havia acontecido um acidente na BR 101.
"Desde a hora que saí de casa eu liguei para elas e não conseguia falar. Aí eu percebi que no whatsapp da minha irmã, a partir de 5h50, as mensagens chegavam e ela não visualizava. Aí passei a ligar para os órgãos responsáveis. Liguei para a PM, PRF e para a Eco 101 duas vezes, até conseguir com eles a informação de que tinha um acidente com um caminhão, mas a Eco 101 não tinha os dados do carro pequeno. Ali já sabia que tinha acontecido alguma coisa com a minha família. Peguei o carro e fui. Quando cheguei no local, vi o para-choque do carro, a placa, e sabia que era o carro delas. Um mulher do Samu me contou que minha mãe e minha irmã haviam morrido na hora, e que eles tentaram mas não conseguiram salvar a Manoela. Na hora perdi o chão", contou.
Velório
Elisange Cordeiro Mendes dos Santos, de 48 anos, mãe de Douglas, e a irmã dele, Letícia Cordeiro Mendes dos Santos, 21 anos, serão veladas em Iapu, município do interior de Minas Gerais, e enterradas em São João do Oriente, também em Minas.
Já a filha de Douglas, Manoela Brijó Cordeiro, de 4 anos, será velada na Igreja Batista Betel, em Campo Grande, Cariacica. O enterro ainda não tem local e horário definido.
Com informações de Raquel Lopes
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