Em janeiro do ano passado, o aeroporto de Vitória vivenciou uma cena digna de filme: bandidos tentaram assaltar um avião carregado de dinheiro nas dependências do aeroporto. O grupo criminoso entrou no aeroporto através do trecho em obras na Avenida Adalberto Simão Nader em uma caminhonete pintada de amarelo com adesivos da Infraero. Ao ter o plano descoberto, abandonaram o veículo e fugiram. Um ano depois, que fim levou essa história?
Após investigações, a Polícia Federal descobriu que, para ter acesso às informações privilegiadas, o grupo sequestrou um funcionário da empresa responsável pelo carro forte junto da esposa e da filha, menor de idade, para que ele facilitasse a ação da quadrilha no momento em que se iniciasse o transporte do dinheiro. O sequestro aconteceu na noite do dia 02 de janeiro de 2017, véspera da tentativa de assalto.
Com o depoimento das vítimas do sequestro e as perícias na caminhonete - que os criminosos deixaram para traz junto com um carregador de fuzil calibre 7,62 com munições - , a Delegacia de Repressão aos Crimes contra o Patrimônio e Tráfico de Armas do Espírito Santo (Delepat) deflagrou a operação Yellow, e cumpriu o mandado de prisão contra André Órfão dos Santos, líder do grupo criminoso.
André foi indiciado pelos crimes de extorsão mediante sequestro, dano qualificado, atentado contra asegurança de transporte aéreo, associação criminosa armada, uso indevido de logotipos da administração pública, porte ilegal de arma de fogo de calibre restrito e tentativa de roubo qualificado. As penas somadas podem chegar a 54 anos de reclusão. O bandido está preso na Penitenciária Lemos de Brito, no complexo de Bangu, no Rio de Janeiro.
Facção criminosa do RJ
Ainda de acordo com a polícia, André é um dos principais membros da facção criminosa Terceiro Comando Puro, do Rio de Janeiro, e foi preso a primeira vez em 2003 por tentativa de roubo a carro forte em Pernambuco. Ele responde por por outros crimes de roubo a banco - em um deles, se passou por delegado e seus comparsas vestiam uniforme de polícia -, e por isso está preso em Bangu.
Busca por comparsas
A Polícia Federal ainda está em busca de outros dois comparsas que participaram da tentativa de assalto. Um deles é Marcos Romualdo Fernandes de Souza, responsável por usar documentos falsos e alugar uma casa no bairro Barcelona, na Serra, para servir de cativeiro para a família sequestrada. Após tentativa de prisão no Rio de Janeiro, ele continua foragido.
O outro integrante do grupo seria o braço direito do líder André, e ainda não foi identificado. A polícia conta apenas com o retrato falado dele, feito com ajuda das vítimas.
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