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Técnico de enfermagem doa medula e salva paciente

Técnico de enfermagem doa medula e salva paciente

Michel Ângelo estava cadastrado há quatro anos como doador, até surgir, no ano passado, um paciente compatível

Publicado em 23 de janeiro de 2018 às 23:21

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Michel Ângelo Silva de Sousa, 34 anos, doou medula e salvou paciente em São Paulo . (Vitor Jubini | GZ)

Longe de ver na situação uma forma de se vangloriar, como diz, o técnico de enfermagem Michel Ângelo Silva de Sousa, 34 anos, quer ressaltar a importância de se colocar no lugar do outro. “Muda a forma de olhar a vida, de dar importância à saúde, dar importância a ajudar alguém. Fazer o bem faz bem, de se colocar no lugar do outro. A sensação é de dever cumprido”, relata.

E não é para menos. Michel Ângelo havia se disponibilizado para ser doador de medula óssea havia quatro anos. Em 2017, ele teve a chance de fazer o bem. “É uma chance remota de aparecer alguém compatível. Lá foi aquele paciente que precisou, mas amanhã pode ser alguém da minha família. Não me vanglorio, fiz o que tinha que fazer.”

Para ser um doador, é preciso ir ao Hemocentro do Estado do Espírito Santo (Hemoes), onde é retirada uma amostra de sangue e feito um cadastro. As informações são incluídas no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome). Se aparecer algum paciente compatível, o doador é chamado.

Em 2017, sete doadores cadastrados no Hemoes fizeram a doação. No Estado, são 135.126 cadastrados. No Brasil, são 4.494.407 pessoas. O número de cadastrados no Espírito Santo caiu 18,82%, segundo o Hemoes. Foram 11.050 em 2013. No ano passado, foram 8.971.

PACIENTE

Michel Ângelo só sabe que o receptor de sua medula tinha leucemia. O procedimento foi todo feito em São Paulo, no Hospital de Base, em São José do Rio Preto. Antes da cirurgia, ele viajou até lá para fazer exames, que confirmaram sua saúde impecável.

E, como a gente costuma dizer por aí, estava tudo indo bem demais, então para dar uma emoção à história, ele ficou bem doente uma semana depois de voltar de São Paulo.

“Fiquei nove dias internado. Quase parei na UTI. Tive pangastrite aguda (inflamação do revestimento do estômago), meu metabolismo ficou desregulado, cheguei ao hospital com febre de 40 graus. Fiquei todo amarelo, pensaram que era febre amarela, pensaram que era um tipo de dengue. Fiz todo tipo de exame e para todos dava negativo”, relembra.

No final das contas, os médicos concluíram que ele teve uma virose. Michel se recuperou por cerca de uma semana em casa e, então, retornou para São Paulo, onde mais uma vez sua saúde foi atestada e ele pode, enfim, passar pelo procedimento de doação de medula.

O procedimento foi realizado em junho do ano passado. Por questão de sigilo, ele não sabe se é homem ou mulher, criança ou adulto que recebeu sua doação. Mas sabe o importante: que estão felizes, como já era de se imaginar. “Tanto o paciente quanto a família dele têm interesse em me conhecer, ficaram muito gratos”, diz.

Para quem traz uma referência protetora no próprio nome, Michel Ângelo faz jus a sua designação e espera que com sua história outras pessoas se animem a fazer o cadastro para doação. “Muitas pessoas morrem antes de aparecer um doador. Eu vi isso no hospital em São Paulo. Às vezes a pessoa acha tão difícil ir ao Hemoes, mas enquanto isso, as pessoas estão aguardando.”

SEJA UM DOADOR

Como

Para ser doador, é preciso ter entre 18 e 55 anos, estar em bom estado geral de saúde, não ter doença infecciosa ou incapacitante, não ter câncer ou doença hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico

Onde

Basta ir ao Hemoes, onde será feito um cadastro e retirada uma amostra de sangue. O material é levado para o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome).

Compatibilidade

Ao surgir um paciente compatível, o Redome entra em contato com o doador e confirma o interesse dele em doar. O doador então passar por diversos exames para atestar as boas condições de saúde e então realizar o procedimento.

Fonte: Secretaria de Estado da Saúde (Sesa)

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