> >
Acusado de matar e concretar amante em Vila Velha está foragido

Acusado de matar e concretar amante em Vila Velha está foragido

Após matar, jogar cal e concretar o corpo da mulher na parede de casa, ele ainda morou no local por dez anos, antes de vender o imóvel

Publicado em 20 de fevereiro de 2018 às 00:49

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Eguimar Ferreira de Souza, acusado de matar e esconder o corpo de Adriana Silva Breda . (Ricardo Medeiros)

O vigia Eguimar Ferreira de Souza, 52 anos, acusado de matar a amante e concretá-la na parede, em Vila Velha, está foragido. Ele chegou a ser detido em 2015, dez anos depois do crime, mas ficou apenas 30 dias na prisão. Segundo a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), Eguimar deu entrada no Centro de Triagem de Viana em 13 de fevereiro e foi liberado em 15 de março do mesmo ano pois o prazo legal da prisão temporária havia vencido. Desde janeiro de 2017 ele tem um mandado de prisão em aberto.

O crime aconteceu em 2005 no bairro Zumbi dos Palmares. Depois de matar a amante a pauladas, , o vigia escondeu o corpo no porão de casa, jogando cal e concreto sobre a vítima. O acusado ainda morou na casa onde assassinou a mulher por dez anos.

O crime foi só foi descoberto depois que o vigia vendeu o imóvel, em 2014. Meses depois, o novo morador quis fazer uma reforma e acabou encontrando a ossada de Adriana Silva Breda, 32 anos. O corpo foi identificado pela polícia, pois estava acompanhada de um uniforme do Detran, onde a vítima trabalhava, e também de alguns documentos pessoais.

Adriana tinha 32 anos quando foi assassinada . ( Reprodução)

Quando os restos mortais de Adriana foram encontrados, Eguimar já estava na Bahia, vivendo com outra mulher na cidade de Porto Seguro. Ele foi preso pela polícia capixaba em fevereiro de 2015 e confessou o crime.

SOLTO EM 30 DIAS

Após a prisão, Eguimar ficou detido no Centro de Triagem de Viana por 30 dias. Ele foi solto ao final do prazo de prisão temporária. Questionado pela reportagem, o Ministério Público do Espirito Santo afirmou que só recebeu o inquérito policial sobre o caso no dia 16 de março de 2015. O MPES chegou a oferecer denúncia e pedir que a prisão temporária (com tempo limitado) fosse convertida em prisão preventiva (sem tempo determinado).

No entanto, ainda segundo o MPES, a denúncia só foi recebida e analisada pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo no dia 27 de maio, quando Eguimar já estava solto. Ainda assim, o pedido de prisão preventiva foi negado na época pelo Tribunal de Justiça, que alegou ausência de requisitos suficientes para justificar a prisão.

MANDADO DE PRISÃO

Foi apenas em fevereiro de 2017, 12 anos após o crime e dois anos após a confissão do assassino, que foi expedido um mandado de prisão contra ele. Segundo o Banco de Mandados do Conselho Nacional de Justiça, Eguimar é procurado por homicídio qualificado. O mandado é válido até setembro de 2033. Até ele ser encontrado, os prazos do processo ficam suspensos.

DELEGADO RELEMBRA PRISÃO

Delegado responsável por investigar o caso na época, Adroaldo Lopes lembra bem de cada passo dessa história. O delegado, hoje aposentado, se recorda, por exemplo, que não foi possível realizar o exame de DNA na ossada de Adriana Silva Breda. Eguimar foi preso porque a Justiça considerou que haviam sido colhidos elementos suficientes para comprovar o assassinato.

"Deu mais trabalho investigar do que prender esse cara. Lembro bem que 30 dias depois da prisão, terminado o período de prisão temporária, ele foi autorizado, na época, a voltar para a Bahia. Ele morava lá com a família. Já haviam se passado tantos anos, ele não oferecia mais perigo. Desde o início colaborou com a Justiça, confessou o crime de imediato, não ofereceu nenhuma resistência, tinha direito a essa liberdade. Se ele tivesse apresentado alguma má intenção, o juiz teria deixado preso. A ossada não tinha elementos suficientes para extrair o DNA. No Brasil prevalece uma regra: só fica preso quem não pode ficar solto. Se não houver nenhum requisito para que a pessoa fique presa, ela é solta", comenta.

O crime cometido por Eguimar marcou a carreira do delegado, que na época precisou contar com a ajuda da internet e de um caminhoneiro para localizar o assassino no novo endereço, na Bahia.

"Para quem investiga é um caso muito legal. Entrou para a história da minha vida porque a gente partiu de uma ossada e conseguiu desvendar toda uma história. Conseguimos localizar o caminhoneiro que fez a mudança dele (Eguimar) do Espírito Santo para Bahia, e o cara no mostrou pelo Google Maps a rua onde ele tinha levado a mudança, aonde o cara estava morando. Chegamos lá e ele se entregou sem resistência e no carro já nos contou que ela (Adriana) tinha tentado matá-lo, ele reagiu, os dois brigaram e ele acabou matando ela. Só depois teve a ideia de esconder o corpo na parede", recorda o delegado aposentado.

PARTICIPE!

Este vídeo pode te interessar

Você se lembra de alguma notícia veiculada no passado aqui no Gazeta Online e gostaria de saber 'Que Fim levou'? Envie sua sugestão para [email protected]

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais