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Associação é investigada por acusações ao comando da PM

Associação é investigada por acusações ao comando da PM

De acordo com o advogado da Associação, Victor Abreu, trata-se de um erro grave. Relata que a ACS contratou uma jornalista a quem deu total liberdade para produzir as matérias e assiná-las

Publicado em 19 de fevereiro de 2018 às 22:20

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Toda a diretoria da Associação de Cabos e Soldados da Polícia e dos Bombeiros Militares (ACS) está sendo alvo de um inquérito policial militar. A acusação é de que publicaram matérias, em redes sociais, com supostas acusações ao Comando da PM, o que fere o regulamento militar. Por este motivo os diretores estão sendo investigados por cometimento de crime militar ou transgressão disciplinar.

Em uma das matérias, que tratava de bairros dominados pelo tráfico, o processo aponta um parágrafo em que as ofensas foram dirigidas ao Comando da PM, citado como “fantoche”. “Enquanto os Policiais Militares capixabas cumprem o seu papel os questionamentos que ficam são: há recíproca é verdadeira por parte do governo e do comando que é seu fantoche?”, diz o texto.

Em outra, sobre o policial Nero Walker, já demitido da PM e que está preso por, entre outras acusações, envolvimento na greve dos policiais em fevereiro do ano passado, é citado na publicação que o PM é o “prisioneiro dos adeptos da corrupção jurídica”, ao se referir ao inquéritos militares conduzidos pela corporação.

No site da ACS, em matéria divulgada no último dia 18, é destacado que o motivo da investigação da diretoria seria perseguição. “A mais pura e destilada vingança do governo! Este governo que fez ressurgir a lei da mordaça contra a atual diretoria da Associação de Cabos e Soldados que, pelo simples fato da entidade defender os interesses da categoria a qual representa, está sendo retaliada de maneira vergonhosa por quem deveria se ocupar em administrar o Estado e diminuir os índices de violência em terras capixabas”, destaca a matéria.

ACS publica no site um desabafo após indiciamento da diretoria. (Site da ACS)

De acordo com o advogado da Associação, Victor Abreu, trata-se de um erro grave. Relata que a ACS contratou uma jornalista a quem deu total liberdade para produzir as matérias e assiná-las. “Foi dada a ela liberdade para produção das pautas - escolha dos temas abordados - e para escrever as matérias. Tudo formalizado em contrato. E o que desejam agora é criminalizar o trabalho jornalístico que foi desenvolvido”, disse.

Abreu acrescenta que os diretores já estão sendo ouvidos e que a intenção da corregedoria “é limitar a expressão dos militares”. “É uma censura a um trabalho jornalístico sério, que atende aos interesses sociais da associação, feito de forma ética e profissional”, destacou o advogado.

Por nota a Polícia Militar informou que todos os que atuam na corporação estão submetidos a legislação militar e, assim, sujeitos às consequências advindas de uma eventual prática de crimes ou transgressões disciplinares.

A NOTA NA ÍNTEGRA

“A Polícia Militar informa que, como instituição castrense, segue os preceitos legais estabelecidos em legislação própria que tutelam os valores basilares da hierarquia e disciplina. Todos os profissionais submetidos a esta legislação estão sujeitos às consequências advindas de uma eventual prática de atos contrários aos preceitos éticos e profissionais da instituição, garantidos, em respeito ao Estado Democrático de Direito, acesso à ampla defesa e ao contraditório.A PMES reitera seu compromisso com a sociedade capixaba na garantia de sua segurança e manutenção da ordem pública.”

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