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Central Carapina continua com ruas desertas

Central Carapina continua com ruas desertas

Apenas uma escola do bairro abriu, mas os pais não levaram os alunos. O comércio permanece fechado e o posto de saúde não tem todos os serviços em funcionamento

Publicado em 22 de fevereiro de 2018 às 13:37

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Central Carapina amanheceu novamente com escolas e a maior parte do comércio fechados pelo terceiro dia consecutivo depois do confronto entre bandidos e policiais. Com medo, moradores evitam sair de suas casas. O posto de saúde do bairro está funcionando com dois médicos e um enfermeiro, para casos de necessidade. A circulação de ônibus acontece apenas com escolta policial.

Apenas uma escola abriu na manhã desta quinta-feira (22), o Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Central Carapina, mas os pais não levaram os alunos. A Escola Municipal Antônio Vieira de Rezende e a Escola Estadual Jones José do Nascimento não abriram. As três escolas abrem à tarde, segundo a prefeitura e a Secretaria Estadual de Educação (Sedu). Assista ao vídeo abaixo:

A situação do posto de saúde no bairro ainda não está totalmente normalizado. O local estava fechado por falta de energia, e agora permanece parcialmente aberto. O responsável pela atenção básica, Neylson Matos Monte, afirma que a intenção é abrir o atendimento completamente o quanto antes. Dois médicos estão a caminho e o serviço da farmácia está funcionando. Neylson informa, ainda, que há um enfermeiro para aferir pressão e fazer exame de glicemia.

A situação ainda é de incômodo para o servidor, como explica o responsável pela atenção básica. A normalização do comércio, segundo Neylson, deve começar na parte da tarde.

"Hoje temos o comprometimento da Polícia Militar e é vontade nossa abrir o quanto antes. O comércio parou porque a situação é de muito incômodo e o servidor está muito temeroso. O secretário de Saúde está na unidade reunido com algumas lideranças da comunidade no intuito de fazer uma parceira. Nosso interesse é que o trabalho aconteça de forma segura para ambas as partes", explica Neylson.

Central Carapina continua com ruas desertas

A PM e a Polícia Civil continuam presentes nas ruas, e a circulação de ônibus no bairro se mantém apenas com escolta policial.

MEDO ENTRE MORADORES 

A maioria dos moradores teme conversar com a reportagem e resume apenas a dizer que a situação está tranquila, como um que prefere não ser identificado. "Para mim é normal. Todo bairro tem violência, então está a mesma coisa", acrescentou. 

Policiais continuam em Central Carapina. (Bernardo Coutinho )

Um outro morador, que prefere não ser identificado por medo de represálias, diz, no entanto, que a situação no bairro não é tranquila, mesmo com a polícia no local. Isso porque depois que a PM deixar a região, tudo volta como antes. Ele disse que chegou a ver homens armados na rua, mesmo com os policiais presentes na região. 

"Rapaz, está meio complicado ainda. Acho que se os homens saírem o bicho pega. A gente vê o pessoal saindo armado, mesmo com os policiais. Hoje mesmo vi um rapaz armado com um três oitão (calibre 38)", relatou. 

Ele acrescenta que tem medo ao chegar em casa, já que

Pastor pediu pela segurança do bairro, em igreja na Avenida Brasil, a principal. (Kaique Dias )

trabalha até o final a noite. "Eu saio de casa agora e só volto por volta de 22 horas. Chego aqui quase 23 horas. A gente fica até com medo de descer aqui", destacou, acreditando que a se a polícia sair, a situação tende a piorar, como antes. 

No final da manhã, uma igreja do bairro fez um momento de oração, pedindo paz pela região de Central Carapina. O pastor reuniu mais de vinte pessoas, que gritavam alto a todo momento pedindo paz. 

 

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