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Com BR 259 interditada, universitários não conseguem ir às aulas

Com BR 259 interditada, universitários não conseguem ir às aulas

Com o trecho interditado, a rota alternativa é pela ES 446, que não é totalmente pavimentada e, segundo alunos, não comporta passagem de ônibus

Publicado em 14 de fevereiro de 2018 às 22:14

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Deslizamento de rochas interditou a BR 259 em Colatina. (Internauta via WhatsApp do Gazeta Online)

Os alunos que estudam nas faculdades que ficam em Colatina estão preocupados com a interdição da BR 259, que aconteceu após um deslizamento de rochas no início deste mês.

Desde que o trecho foi interditado, eles não estão conseguindo ter acesso às vias que os levam até às instituições de ensino pelo desvio sugerido pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e, com isso, estão sendo prejudicados, já que as faculdades não interromperam as aulas.

De acordo com o funcionário da Prefeitura de Resplendor - que é o órgão que disponibiliza os ônibus para os alunos -, município de Minas Gerais, Stéphano Mattos os ônibus são grandes e antigos e a estrada é muito estreita, com pontes que os ônibus não conseguiriam passar. "O semestre começou e, desde o dia em que ocorreu o deslizamento, os alunos não conseguem ter acesso à faculdade e estão perdendo aula", explica.

OS ESTUDANTES

Presidente da Associação de Estudantes e aluno de Administração da Unesc, Joel Resende de Mattos Junior fala que só em Resplendor, 55 alunos estão sendo afetados, fora os estudantes de Aimorés - também em Minas Gerais, Baixo Guandu e Itaguaçu, que utilizam o trecho interditado. "A faculdade não declarou nada e os professores estão dando aula normalmente. A instituição não prestou nenhuma assistência para nós, alunos, que estamos sendo prejudicados", declara.

A estudante de Direito Gabriella Denadai Faria, da Faculdade Castelo Branco, diz que desde a interdição só conseguiu ir à faculdade no primeiro dia de aula. "Na semana passada, eles disseram que não fariam chamada, mas que teriam as matérias normalmente, então estamos perdendo conteúdo. Eu não sei o que vai acontecer, porque se levarmos muitas faltas, vamos reprovar", reclama.

Gabriella também contou que fica complicado passar pela estrada alternativa porque, além da dificuldade de passar com o ônibus - que é grande - o motorista teria que dar a volta por Santa Teresa. "Perderíamos metade da aula, a não ser que a gente saísse duas horas antes. Normalmente saímos às 17h, então teríamos que sair às 15h. Isso é impossível porque muitos fazem estágio", concluiu a estudante.

ROTA ALTERNATIVA

Uma semana após a interdição do trecho por conta do deslizamento das rochas, a pista ainda não tem previsão de ser liberada e segue totalmente interditada. Por enquanto, o DNIT indicou uma rota alternativa para os estudantes, que seria passar pela ES 446, por Baixo Guandu, Itaimbé e Colatina. 

Segundo Joel, as estradas da rota alternativa são muito ruins e é até perigoso para passar. "Poderíamos até tentar ir com o ônibus pelos desvios, mas caso comece a chover, ficaremos presos. Também é perigoso porque tem muito buraco e a estrada é estreita para o ônibus", acrescenta ele.

O estudante também falou que, passando pelo desvio alternativo, a viagem aumentaria cerca de 100 quilômetros. Outro problema é que o transporte usado pelos estudantes é da Prefeitura de Resplendor, mas quem arca com todos os custos - pagamento do motorista, gasolina e eventuais despesas com oficina - são os próprios alunos.

"Estamos estudando formas de poder ir às aulas. Uma delas seria alugar um micro ônibus que passa nas estradas de forma tranquila, mas não teríamos condições de arcar com essa despesa pois o aluguel fica mais ou menos R$ 650 por dia", aponta.

AS INSTITUIÇÕES

O diretor-geral da Faculdade Castelo Branco de Colatina, Luciano Merlo, declara que a instituição está atenta ao que está acontecendo e que eles estão buscando alternativas para que os alunos não fiquem prejudicados. "A faculdade jamais vai prejudicar os alunos com faltas, eles podem ficar tranquilos quanto a isso. Vamos disponibilizar todo o material das aulas que estão sendo ministradas essa semana no portal do aluno", informa. "Os professores vão repetir os trabalhos e atividades avaliativas para aqueles que não conseguiram ir para a faculdade durante o período do deslizamento das rochas. Os alunos não vão sair prejudicados", frisa.

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Por meio de nota, o Unesc disse que se sensibiliza com os alunos que dependem da BR 259, em relação ao trecho interditado - embora a instituição destaque que há um acesso alternativo. "Os professores são orientados a postarem os materiais no portal para que os alunos acompanhem as aulas e realizem as atividades de aprendizagem. O Unesc espera que a situação da BR 259 volte ao normal o mais breve possível", finaliza a faculdade.

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