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Hucam: para abrir, UTI infantil precisa de 86 profissionais

Hucam: para abrir, UTI infantil precisa de 86 profissionais

Não há previsão de concurso; unidade necessita de 14 médicos

Publicado em 23 de fevereiro de 2018 às 00:37

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Espaço da UTI pediátrica é utilizado para treinamentos internos do Hucam enquanto não é inaugurado. (Vitor Jubini | AG)

Para colocar a UTI Pediátrica do Hucam em funcionamento, vão ser necessários, no mínimo, 86 profissionais. De acordo com Norma Suely Oliveira, chefe da Unidade de Terapia Intensiva, Semi-Intensiva, Pediátrica e Neonatal (UTISIpedneo), só de médicos intensivistas vão ser necessários 14.

Deste total, o hospital conta hoje com oito. Segundo Norma, como acreditava-se que o concurso seria liberado, foram chamados os médicos que estavam na reserva do último concurso, oito profissionais que atuam hoje na UTI Neonatal.

Com o reforço deles, ela conseguiu ampliar o número de leitos da Neonatal de 10 para 25. Lá, atuam além dos oito médicos convocados outros três enfermeiros na mesma condição. “Nossa expectativa era de que fosse realizado outro concurso e pudéssemos convocar os profissionais que faltavam, o que não ocorreu”, conta Norma.

Além dos médicos, para funcionar a UTI Pediátrica demandaria ainda enfermeiros (16), técnicos de enfermagem (46) e fisioterapeutas (10). E precisaria do apoio de especialistas que compartilhariam sua atuação com outros setores do hospital, como nutricionistas, técnicos de laboratório, lactário, farmacêutico, assistente social, psicólogo e terapeuta ocupacional.

OUTRO LADO

Uma solução mais rápida para o problema viria de um apoio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e até da Prefeitura de Vitória, como pondera o superintendente do Hucam, Luiz Alberto Sobral Vieira Júnior. “Vamos tentar conversar com todos novamente. Poderíamos tentar uma ajuda temporária, até ser possível viabilizar o concurso”, ponderou.

De acordo com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), responsável pelos hospitais universitários, com a estrutura física já entregue, agora os esforços estão concentrados “em finalizar o dimensionamento dos serviços e de pessoal e em viabilizar formas de contratação dos profissionais para a unidade”. Mas não informa prazos.

A Sesa informa que, quando houver a abertura da UTI Pediátrica, poderá analisar a contratação do serviço.

REDUÇÃO NO NÚMERO DE LEITOS ADULTOS

As dificuldades com pessoal também afetaram a UTI de adultos do Hucam, que teve seu número de leitos reduzidos de 16 para dez, por falta de médicos, como relata o superintendente do hospital, Luiz Alberto Sobral Vieira Júnior.

Ele relata que a situação foi motivada, principalmente, pelo fato de que alguns médicos que atuavam na UTI de adultos tiveram que lançar mão de afastamentos legais. É que as mudanças na legislação trabalhista determinam que mulheres que atuem neste tipo de ambiente precisam ser afastadas durante o período de gestação, além da licença maternidade.

Como não podiam contratar novos médicos, o superintendente optou por transferi-las para o Pronto-Socorro. “Em função disso, precisamos reduzir o número de leitos na UTI”, explicou.

Por outro lado, acrescenta sobral, as mudanças permitiram que fosse feito um reforço no atendimento do Pronto-Socorro. “Conseguimos assim valorizar a nossa porta de entrada, melhorando o atendimento de complexidade para os pacientes cardiovascular”, relatou.

A expectativa dele é de que uma solução para o problema possa vir até julho deste ano. Ele se refere a possibilidade de contratação temporária, via concurso público, que deve ser liberada nos próximos meses.

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No caso das duas UTIs, – pediátrica e adulto – o problema decorreu de um dimensionamento de profissionais feitos para o hospital em 2013, pelo Ministério do Planejamento. Ele não contemplou, segundo Sobral, as demandas que foram surgindo nos anos seguintes, como a criação de uma UTI Pediátrica. Isto sem contar os afastamentos legais, como os casos de gravidez e por doenças ou até trabalhista.

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