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'O Estado está longe de ser como o Rio', diz André Garcia

"O Estado está longe de ser como o Rio", diz André Garcia

Secretário André Garcia diz que governo controla o crime

Publicado em 23 de fevereiro de 2018 às 00:46

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PMs atuam no reforço de segurança em Central Carapina, Serra, onde bandidos deram toque de recolher. (Fernando Madeira)

A realidade do Espírito Santo não pode ser comparada à do Rio de Janeiro. É o que afirmam o secretário de Estado da Segurança Pública, André Garcia, e o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Nylton Rodrigues, diante de casos recentes de violência, como o toque de recolher em Central Carapina, na Serra, e a explosão de caixas eletrônicos em Coqueiral de Itaparica, Vila Velha.

Para Garcia, os dois episódios são fatos isolados no cotidiano da população capixaba. “O Espírito Santo está longe de ser um caso parecido ao do Rio. Em Central Carapina, a polícia está entrando na comunidade, realizando prisão, se fazendo presente. Como já disse antes: não há nenhum território negado à polícia aqui no Estado.”

“A explosão também não é nossa realidade. Na mesma noite (madrugada de quarta), aconteceram outras quatro em São Paulo. A quadrilha que agiu aqui, possivelmente também é de fora e estamos investigando”, acrescenta.

O coronel Nylton reforça que as realidades são totalmente diferentes: “Aqui não temos vias interrompidas por bandidos, não temos blitze realizadas por esses criminosos, não temos arrastões nas praias. O Rio vivencia um momento muito difícil, o que não se vê no Espírito Santo. A Polícia Militar e a Civil do Estado são instituições seríssimas e muito mais fortes que qualquer agressor da sociedade. A população pode confiar”, avalia.

Questionado sobre a intranquilidade de quem vive em regiões como a de Central Carapina, o comandante destaca que a PM aumentou a presença no bairro, após o confronto que resultou na morte de Deusimar Cunha Neves, e reforçou o trabalho de inteligência.

“Estamos com um serviço muito forte de investigação para identificar as pessoas que estão promovendo transtorno para a sociedade. Já prendemos dois, que estavam com mandado de prisão em aberto, e estamos atrás dos demais para retirar esses indivíduos de circulação”, destaca o coronel Nylton Rodrigues.

EXEMPLO

O secretário André Garcia pondera ainda que o Espírito Santo tem sido exemplo para outros Estados. “Estou em São Paulo tratando da intervenção no Rio por iniciativa do nosso governo. O Estado está sendo ouvido e é, até o momento, o único que apresentou um planejamento de contingenciamento das divisas.”

Garcia disse que ofereceu apoio no processo de intervenção, na elaboração do plano nas operações no Rio de Janeiro, e também a experiência no trabalho preventivo, em reunião com o ministro da Justiça, Torquato Jardim.

 

“Na segunda etapa da intervenção, quando superada a fase policial, nossa sugestão foi a implantação de um programa como o Ocupação Social, com ações nas áreas de educação, cultura, empreendedorismo, oferecendo oportunidades aos jovens de maneira sistematizada nas comunidades cariocas. A proposta foi muito bem recebida pelo ministro ”, conta.

MIGRAÇÃO

No encontro de ontem, Garcia disse que também ficou claro que nada aponta para uma migração de criminosos do Rio de Janeiro para o Espírito Santo. Além disso, foi marcada uma reunião para a próxima terça-feira, dia 27, quando serão discutidos os encaminhamentos da intervenção em território carioca com os secretários de segurança da região Sudeste mais o Comando Militar do Leste. “Vamos consolidar a parceria que já temos, fazendo parte do processo de definição do planejamento operacional da intervenção”, afirma.

Para finalizar, o secretário ressalta que o Espírito Santo tem liderança, planejamento e foco. “Aqui, a máquina está rodando, atraímos investimentos para o Estado, planejamos nossas ações. Portanto, não há o descontrole nem a falta de liderança como no Rio”, conclui.

PM VAI MONITORAR ALUGUEL DE CASAS E SÍTIOS 

A força-tarefa da Operação Divisa Segura, que envolve 150 policiais no Espírito Santo, para evitar a entrada e a fuga criminosos durante a intervenção federal contra a escalada de violência no Rio de Janeiro, também está de olho nos aluguéis nesta temporada. Sítios, casas e apartamentos nos municípios do interior estão sendo monitorados.

Policial no patrulhamento aéreo da divisa com o Rio. (Ari Melo | TV Gazeta)

“Estamos até monitorando a locação de sítios e apartamentos. Os moradores que virem pessoas suspeitas nos municípios podem informar ao 181”, afirmou o comandante geral da PM, coronel Nylton Rodrigues.

Ele esteve em coletiva ontem com outros comandantes do Sul do Estado, na BR 101, em Mimoso do Sul, na divisa com Campos dos Goytacazes, Rio. Para atuar nos oito pontos de divisa, além do efetivo policial, um helicóptero, três drones e cães farejadores em 40 viaturas.

No bloqueio da principal via de acesso ao Estado, a BR 101, veículo são parados pelos militares. Os casos suspeitos são encaminhados a um recuo ao lado do posto fiscal e a revista é feita no interior dos veículos.

MIGRAÇÃO

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse ontem ser “plausível” que organizações criminosas migrem para outros Estados com a intervenção no Rio.

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Na saída de almoço com membros das Forças Armadas, ele reconheceu que o tema preocupa. “Onde há uma eficácia maior, o crime de certa maneira migra. Há uma preocupação que a gente tem de cuidar para que não se corporifique.”

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