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Refeição do RU sobe para R$ 5, reajuste de 233%

Refeição do RU sobe para R$ 5, reajuste de 233%

Durante reunião do conselho universitário da Ufes, na manhã desta quarta-feira, foi decidido que novo valor passa a ser cobrado no dia 5 de março

Publicado em 28 de fevereiro de 2018 às 15:33

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Valor da refeição no RU vai para R$ 5. (Ascom | Sintufes)

O Conselho Universitário da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) decidiu, na manhã desta quarta-feira (28), aumentar o valor da refeição do Restaurante Universitário (RU) de R$1,50 para R$ 5 a partir da próxima segunda-feira (5 de março).

A decisão, segundo o presidente da Comissão de Orçamento e Finanças da Ufes e Relator do Processo do Restaurante Universitário, Armando Biondo, foi movida pelo corte de recursos repassados pelo Governo Federal às universidades do país. De acordo com Biondo, mesmo com o aumento de 233% no valor da refeição, a Ufes alega que terá que subsidiar a refeição. 

"Não temos aporte financeiro, a verba federal é pouca e não consegue custear o valor integral da alimentação, então a saída é aumentar o valor da refeição. Mesmo com esse aumento, a Ufes vai arcar com um custo alto. No orçamento do governo federal serão repassados R$ 3,6 milhões para bancar as refeições de 2018. Mas o valor total a ser gasto gira em torno de R$ 4 milhões e R$ 4,5 milhões. Teremos que pagar esse deficit", explica Armando.

O presidente da Comissão de Orçamento e Finanças da Ufes reforça, ainda, que o número de estudantes que receberão o benefício da gratuidade na refeição vai aumentar de 10% para 20%.

"Antes, os estudantes assistidos pelo vale-refeição eram aqueles que tinham renda familiar de até um salário mínimo. Quem se encaixava na renda familiar de até um salário mínimo e meio pagava a metade do valor da refeição, que saia por R$ 0,75. Agora, todos os estudantes que tiverem comprovação de renda familiar de até um salário e meio vão ganhar o tíquete. Todos os outros estudantes vão passar a pagar R$ 5 pela refeição. A gente acredita que o número de alunos assistidos girará em torno de cinco a seis mil", acrescenta Armando. 

Armando Biondo aponta que o custo de uma refeição na Ufes está orçado entre R$8,50 a R$9,50. " O valor de R$ 5 está bem abaixo do valor que realmente é pago por cada refeição. Ele gira em torno de R$ 8,5 a R$ 9,50. Tanto que professores, servidores e externos que comem no RU pagam o valor de R$ 9,50."

ALUNOS DISCORDAM

Os estudantes, no entanto, além de não concordarem com o valor do reajuste, reclamam ainda da qualidade da alimentação no Restaurante Universitário, como destaca o aluno de Biologia e presidente do Centro Acadêmico, Pedro Carvalho. 

"A gente até concordaria com um aumento em que a refeição passasse a custar R$ 2 ou R$ 3. O que não dá para aceitar é um valor de R$ 5. Eles já cortaram o suco, a sobremesa e a salada - que antes nos eram dadas três opções, agora só é oferecida uma opção. Antes também tínhamos duas opções de carne e uma opção para vegetariano. Agora só temos uma opção de carne e uma de vegetariano. Sem falar na sopa que oferecem à noite. É um resto do que sobra do almoço em um valor de R$ 5. Sabe o que vai acontecer? Só estudantes que tiveram o tíquete de graça vão comer lá à noite porque o restante das pessoas que conheço, ninguém vai pagar R$ 5 para comer sopa. E desta forma a universidade vai ter é prejuízo porque só quem comer de graça vai jantar lá", comenta o estudante.

PROTESTO DURANTE VOTAÇÃO

Segundo Armando Biondo, um grupo de estudantes apareceu na reunião que definiria o novo valor da refeição da Ufes para protestar, durante a manhã desta quarta-feira, o que fez com que o reitor Reinaldo Centoducatte finalizasse a votação e decretasse o novo valor.

"Durante a votação, um grupo de uns 20 estudantes invadiram a reunião com cartazes e protestando sobre o valor. Por conta do tumulto que causaram, o reitor avisou que o valor da refeição estava definido e finalizou a reunião. Mas, independente do protesto, o valor já estava previamente definido".

"NÃO FOMOS OUVIDOS"

O estudante Pedro Carvalho, que estava na manifestação, disse que os alunos haviam conversado previamente com os conselheiros que iriam votar sobre o aumento para tentar convencê-los a ir contra, e que o protesto era uma forma de tentar com que o novo valor não fosse tão alto.

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"A gente ligou para os conselheiros, expusemos nosso lado e pedimos que o valor não fosse para R$ 5. Tentamos convencê-los de toda forma. Pedimos também que fosse feito um fórum com toda comunidade estudantil para que fosse explicado os gastos, mostrassem as planilhas, mas não fomos ouvidos", lamenta o estudante de biologia. 

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