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Reforço na segurança no Estado começa na quinta-feira (22)

Reforço na segurança no Estado começa na quinta-feira (22)

A medida foi tomada após ser decretada a intervenção federal no Rio, que há tempos sofre com a violência

Publicado em 21 de fevereiro de 2018 às 01:00

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Paulo Hartung, governador do ES . (Carlos Alberto Silva)

O governo do Espírito Santo colocará em prática nesta quinta-feira (22) o já anunciado reforço de segurança nas divisas do Estado com o Rio de Janeiro. O plano de contingência foi autorizado pelo governador Paulo Hartung (PMDB) e será detalhado nesta quarta-feira (21) por sua equipe.

A medida foi tomada após ser decretada a intervenção federal no Rio, que há tempos sofre com a violência e com o descaso na segurança pública.

Em entrevista para o Gazeta Online, o governador afirmou que o eixo "óbvio" que estará sob cuidados é a BR 101, principal ligação entre o Estado vizinho e o Espírito Santo. Destacou, no entanto, que eixos alternativos, também na divisa com Minas Gerais, terão policiamento reforçado, sem detalhar os locais.

Hartung, assim como já manifestou o secretário de Segurança, André Garcia, não vê o Estado como destino de criminosos fluminenses. E acrescentou que não há motivo para pânico entre a população. "Esses traficantes que estão no Rio, o negócio deles está lá. Esse negócio não anda de um Estado para o outro", observou.

Contudo, frisou que a precaução se faz necessária porque pode haver mudanças na rota de transporte de drogas e armas.

Na última segunda-feira, o governador se reuniu com o secretário de Segurança e com o comandante da Polícia Militar, coronel Nylton Rodriges, para discutir o plano de contingenciamento. No mesmo dia, Garcia também esteve com a cúpula da PM.

"Vai ter um trabalho bacana na fronteira, já está montado, planejado. A turma nossa do alto comando da Polícia Militar se esmerou para fazer um bom plano, olhando todos os eixos", disse.

Apesar da atenção nas divisas, Hartung garantiu que não haverá prejuízo no policiamento de outras áreas do Estado. Citou a Operação Verão, no litoral capixaba, como sucesso de concentração de esforços para garantir a segurança pública.

"Estamos com uma boa equipe na área de segurança e estamos com maior efetivo das polícias e Bombeiros da história. Vamos fazer isso com gestão, por isso o planejamento do alto comando. Vamos manter o cobertor cobrindo o Espírito Santo inteiro."

SUPORTE DA PRF

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) dará suporte às ações dos policiais do Estado. Para isso, o governador solicitou que André Garcia reforce o pedido para devolução do efetivo da PRF cedido ao Rio, durante reunião, na quinta-feira, em São Paulo, com o ministro da Justiça, Torquato Jardim.

Em setembro do ano passado, o pleito foi feito pelo próprio Hartung ao ministro. Porém, até então, não foi atendido.

"Vamos começar esse trabalho com a nossa força policial. E aí o (Wylis) Lyra, que é o comandante da Polícia Rodoviária Federal, vai fazer um trabalho de suporte, porque ele não vai poder expor muito o pequeno efetivo que tem agora", explicou.

MEDIDA EXTREMA

O governador classificou a intervenção federal como uma medida extrema – usada pela primeira vez desde a promulgação da Constituição de 1988.

Para o peemedebista, esse é um caminho que deve ser evitado. Por outro lado, afirmou ser importante considerar a situação de descontrole no Rio.

"Tomou-se a decisão. Não está claro para mim o nível de planejamento que foi montando antes de a decisão ser anunciada. A impressão que me dá é que está sendo feito a posteriori. Melhor que o faça. Esse é um passo que precisa produzir resultado para a sociedade carioca e para o Brasil."

Dentro desse planejamento da intervenção, Hartung opinou ser fundamental reoxigenar as polícias fluminenses, reestruturar o sistema prisional e elaborar políticas sociais para criar oportunidades para os jovens daquele Estado.

Como ponto positivo da intervenção e do anúncio do governo federal de criar um Ministério da Segurança, Hartung citou "a quebra da tradição do jogo de empurra" sobre a responsabilidade dos entes federados com a segurança pública.

"Todas as experiências exitosas no mundo, que eu já li, que melhoraram a área de combate à violência e que conseguiram implementar a cultura da paz nas comunidades envolveram municípios, Estados e governo central", destacou.

Hartung avaliou ainda que a criação de políticas públicas permanentes para a área não precisaria ser feita por um ministério específico. Afirmou que poderia ser resolvida na pasta da Justiça.

"Não vejo problema ter um ministério. Há ministérios de algumas áreas que não significam nada para a população. O importante é desenhar a política pública federal clara em relação à segurança."

ESTRATÉGIA DE TEMER

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Questionado se a intervenção federal seria uma estratégia para sobrevida do governo de Michel Temer (PMDB), afirmou que a motivação do correligionário é irrelevante. "Na vida, independentemente do que motiva o ser humano a tomar uma atitude, se a atitude que ele toma vai ao encontro de uma aspiração da sociedade, já é um elemento positivo", completou.

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