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Um motorista bêbado e uma sucessão de tragédias para família da Serra

Um motorista bêbado e uma sucessão de tragédias para família da Serra

Cunhada de motorista morto em acidente na Serra conta o drama que a família vive desde a batida

Publicado em 22 de fevereiro de 2018 às 13:05

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A atitude de beber e dirigir, que ainda hoje é comum e parece inofensiva para muitos motoristas, pode trazer consequências que o autor do delito nem consegue imaginar. É o caso de uma família inteira que, há um mês, convive com o luto e sofre perdas. A dor começou no dia 21 de janeiro de 2018, na Avenida Audifax Barcelos, em Jacaraípe, na Serra, quando um motorista embriagado invadiu a contramão e bateu de frente com o  veículo conduzido por Wileçon Ferreira da Silva, que não resistiu à colisão e morreu. No carro ainda estava a filha de Wileçon, a esposa dele, o enteado de 12 anos e um funcionário.

Segundo a Polícia Militar, quem dirigia uma caminhonete S10 com mais nove pessoas no veículo, incluindo crianças, era Neucimar Peres Freire, que foi autuado por embriaguez ao volante, uma vez que o teste de bafômetro acusou 0.75 mg/l de álcool. O limite para crime de embriaguez é 0,34 mg/l. Neucimar continua preso no Centro de Detenção Provisória da Serra, de acordo com informações da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus).

Apesar da punição, os efeitos do acidente são diários para a família do motorista morto na batida. A filha dele, Nauane Nascimento Ferreira da Silva, 14 anos, teve uma parada cardíaca, traumatismo craniano e continua internada. Na ocasião, a menina passava férias com o pai no Espírito Santo.

A irmã dela - que veio de Minas para ajudar nos cuidados com a adolescente - perdeu os gêmeos que esperava. Além disso, uma sobrinha de Wileçon, muito apegada ao tio, deu à luz no oitavo mês de gestação o bebê segue internado no hospital. A esposa dele, Luciene Ferreira da Silva, 48 anos, perdeu muito peso e recupera a saúde fragilizada em casa. E todos eles ainda precisam conviver com a saudade.

Na manhã desta quinta-feira (22), a caminho do hospital para ficar com Nauane, a cunhada do Wileçon, Alciméia Ferreira, conversou com o Gazeta Online sobre o drama que a família tem vivido neste último mês. Segundo ela, a primeira esposa de Wileçon, mãe de Nauane, voltou para Minas porque os outros filhos dela precisavam iniciar o ano letivo. Enquanto isso, uma irmã da adolescente a acompanha. Veja a entrevista.

Qual é o estado de saúde da Nauane?

Esta semana ela estava pronta para ter alta e teve uma febre de 40 graus. Ontem (quarta) fez uma bateria de exames de novo pra ver se vai ser liberada.

O que ela teve?

Uma parada cardíaca, traumatismo craniano e fratura do fêmur.

Ela já está andando?

Não. Tá com aquele parafuso grande na perna, quebrou o fêmur.

Mas ela já sabe da morte do pai dela.

Sabe, porque no hospital eles deram o prazo para contar.

Quem deu a notícia?

A irmã da Nauane, a Sabrina, que estava acompanhando ela lá. Mas deram o prazo para contar porque poderia piorar o quadro dela, segundo eles.

Como ela reagiu?

Dizem que ela chorou muito. Não sei quando ela chegar em casa como que vai ser. Ela não veio em casa ainda.

E você tem acompanhado essa rotina dela no hospital?

Ontem eu fui porque estou percebendo que o quadro dela está piorando ao invés de melhorar. Fui para ajudar a irmã que está com ela.  Essa irmã dela estava grávida de gêmeos. Depois do acontecido, ela perdeu a gravidez. A outra sobrinha dele, que era muito apegada ao tio, ganhou neném com 8 meses e uma semana, o bebê está internado ainda. É muita coisa que aconteceu. Nossa, os sobrinhos dele eram muito agarrados com ele. Essa enteada, a irmã da Nauane, ele criou ela desde pequena, mesmo não morando com ele. Quando ele foi morar com a mãe dela, ela era muito pequena. Então ela o considera como pai.

A Sabrina tem quantos anos?

Acho que 24 anos. Ela é irmã da Nauane. Semana passada mesmo ela ficou oito dias direto com a menina, porque não tinha com quem revezar. Ontem eu fui e hoje estou indo. No quadro dela ainda consta que perdeu a gravidez e não teve repouso. A Sabrina e toda família da Nauane mora em Minas. Ela veio para ajudar a mãe a cuidar da irmã.

Como a sua sogra está? Eu lembro que vocês tiveram muito cuidado para contar para ela.

Nossa. Ela está arrasada. Ontem foi um dia muito triste pra ela, que fez 30 dias. Ela está se levantando aos pouquinhos. Está com dificuldade para se alimentar ainda. Minha sogra está debilitada, mas é uma mulher de fibra.

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Acidente na Serra. (A Gazeta)

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