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UTI infantil está fechada há um ano no Hucam

UTI infantil está fechada há um ano no Hucam

Leitos pediátricos novos estão vazios por falta de servidores

Publicado em 23 de fevereiro de 2018 às 00:33

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Novo e vazio: um dos 16 leitos infantis ainda não utilizado no hospital. (Vitor Jubini | AG)

Berços e leitos pediátricos se enfileiram, ao lado de equipamentos de monitoramento e de suporte de vida. Tudo novo, num ambiente reformado, que nunca foi usado. É a realidade da UTI Pediátrica do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam), conhecido como Hospital das Clínicas, em Vitória, com 16 leitos, sendo 10 intensivos e seis semi-intensivos, que aguardam há quase um ano pela inauguração. Lá só faltam profissionais para o atendimento – de médicos a técnicos de laboratório.

O mesmo não se pode dizer dos pacientes e sua demanda pelos raros leitos públicos de pediatria no Estado, como relata Norma Suely Oliveira. Além de professora do Departamento de Pediatria da Ufes e chefe da Unidade de Terapia Intensiva, Semi-intensiva e Pediátrica, ela ainda responde pela UTI Neonatal, destinada a recém-nascidos. “Já ficamos na UTI Neonatal com um bebê por um ano e cinco meses, com problemas pulmonares, por falta de leito em outras unidades”, relata.

Norma Suely Oliveira, chefe da UTI, há quase um ano aguarda a inauguração dos 16 leitos pediátricos que ajudou a idealizar. (Vitor Jubini | AG)

ESCASSEZ

O fato acontece na Grande Vitória, que conta com mais 28 leitos pediátricos em dois outros hospitais da rede estadual, em Vitória e Vila Velha e pretende abrir outros 11. Mas a escassez deste tipo de leito que faz com que a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), em situações de emergência, tenha que comprar espaços em hospitais filantrópicos ou privados.

No ano passado, a Central de Regulação de Vagas da Sesa, para onde vão as demandas por leitos, recebeu 109 solicitações, vindas de todo o Estado. Mas não informou quantos foram comprados. Segundo Norma, os 16 leitos da UTI Pediátrica seriam regulados pela mesma Central, o que ajudaria nas demandas.

O projeto da UTI custou R$ 2,6 milhões, entre a reforma do prédio e a compra dos equipamentos. Levou quase três anos para ser concluído e a expectativa era de que começasse a funcionar em julho do ano passado. “Mas fomos surpreendidos com a não-realização de concursos para médicos e outros profissionais. Sem eles, não temos como colocar a unidade para funcionar”, explica Norma.

Uma situação que nem mesmo a vinda do ministro da Saúde, Ricardo Barros, em novembro do ano passado para inaugurar a conclusão das obras, foi capaz de mudar. Agora, a expectativa é para janeiro de 2019. Isto, como relata Norma, se for autorizada a realização de concurso para o primeiro semestre deste ano.

DISPONÍVEL

Na área de tratamento intensivo já estão disponíveis quatro leitos neonatais e seis pediátricos, sendo um deles em ambiente totalmente isolado, seguindo o que preconiza a Anvisa. São destinados a pacientes com doenças infecciosas ou imunodeprimidos. “É o mais moderno que existe, com filtro especial”, relata a médica.

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Há ainda seis leitos semi-intensivos. No local, poderão ser atendidas crianças a partir de 29 dias a adolescentes com menos 15 anos. O Hucam é referência no tratamento pediátrico de reumatologia, nefrologia, endocrino e recém nascido de alto risco, vindos até de outros hospitais.

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