Berços e leitos pediátricos se enfileiram, ao lado de equipamentos de monitoramento e de suporte de vida. Tudo novo, num ambiente reformado, que nunca foi usado. É a realidade da UTI Pediátrica do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam), conhecido como Hospital das Clínicas, em Vitória, com 16 leitos, sendo 10 intensivos e seis semi-intensivos, que aguardam há quase um ano pela inauguração. Lá só faltam profissionais para o atendimento de médicos a técnicos de laboratório.
O mesmo não se pode dizer dos pacientes e sua demanda pelos raros leitos públicos de pediatria no Estado, como relata Norma Suely Oliveira. Além de professora do Departamento de Pediatria da Ufes e chefe da Unidade de Terapia Intensiva, Semi-intensiva e Pediátrica, ela ainda responde pela UTI Neonatal, destinada a recém-nascidos. Já ficamos na UTI Neonatal com um bebê por um ano e cinco meses, com problemas pulmonares, por falta de leito em outras unidades, relata.
ESCASSEZ
O fato acontece na Grande Vitória, que conta com mais 28 leitos pediátricos em dois outros hospitais da rede estadual, em Vitória e Vila Velha e pretende abrir outros 11. Mas a escassez deste tipo de leito que faz com que a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), em situações de emergência, tenha que comprar espaços em hospitais filantrópicos ou privados.
No ano passado, a Central de Regulação de Vagas da Sesa, para onde vão as demandas por leitos, recebeu 109 solicitações, vindas de todo o Estado. Mas não informou quantos foram comprados. Segundo Norma, os 16 leitos da UTI Pediátrica seriam regulados pela mesma Central, o que ajudaria nas demandas.
O projeto da UTI custou R$ 2,6 milhões, entre a reforma do prédio e a compra dos equipamentos. Levou quase três anos para ser concluído e a expectativa era de que começasse a funcionar em julho do ano passado. Mas fomos surpreendidos com a não-realização de concursos para médicos e outros profissionais. Sem eles, não temos como colocar a unidade para funcionar, explica Norma.
Uma situação que nem mesmo a vinda do ministro da Saúde, Ricardo Barros, em novembro do ano passado para inaugurar a conclusão das obras, foi capaz de mudar. Agora, a expectativa é para janeiro de 2019. Isto, como relata Norma, se for autorizada a realização de concurso para o primeiro semestre deste ano.
DISPONÍVEL
Na área de tratamento intensivo já estão disponíveis quatro leitos neonatais e seis pediátricos, sendo um deles em ambiente totalmente isolado, seguindo o que preconiza a Anvisa. São destinados a pacientes com doenças infecciosas ou imunodeprimidos. É o mais moderno que existe, com filtro especial, relata a médica.
Há ainda seis leitos semi-intensivos. No local, poderão ser atendidas crianças a partir de 29 dias a adolescentes com menos 15 anos. O Hucam é referência no tratamento pediátrico de reumatologia, nefrologia, endocrino e recém nascido de alto risco, vindos até de outros hospitais.
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