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Videomonitoramento nas ruas: uma em cada três câmeras está desligada

Videomonitoramento nas ruas: uma em cada três câmeras está desligada

Equipamentos do Estado na Grande Vitória não funcionam

Publicado em 24 de fevereiro de 2018 às 01:22

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Câmera de videomonitoramento: em Vila Velha, mesmo instaladas, 92 unidades ainda não operam. (Fernando Madeira | AG)

Das 521 câmeras de vídeo instaladas nos seis municípios da Grande Vitória através do programa Olho Digital, 154 não estão funcionando, o que significa que a cada três equipamentos, um permanece em desuso. O maior problema concentra-se em Vila Velha, onde 92 câmeras já instaladas ainda não entraram em operação. Enquanto isso, na mesma cidade, moradores do Morro do Moreno investiram R$ 70 mil em videomonitoramento do próprio bolso para garantir sua segurança.

Firmado há cerca de quatro anos e com um investimento da ordem de R$ 36 milhões, o Olho Digital consiste em um convênio entre a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) e 19 cidades do Espírito Santo. De um lado, a Sesp é responsável pela instalação e manutenção das câmeras, além do treinamento dos efetivos. Do outro, os municípios montam suas centrais de videomonitoramento e disponibilizam a equipe para operar o sistema.

Mas ao longo dos três últimos anos, os problemas de funcionamento das câmeras vêm sendo relatados por A GAZETA. Em matéria publicada em janeiro do ano passado, a Sesp afirmou que o prazo final para eliminar as pendências seria até o fim do primeiro semestre de 2017. No entanto, em Vila Velha, por exemplo, das 100 câmeras instaladas, oito funcionam.

“Por algum problema técnico, 92 câmeras não podem ser usadas. Às vezes até menos, pois o sinal delas, que é de rádio, falha em alguns momentos”, afirma o secretário de Prevenção, Combate à Violência e Trânsito da cidade, coronel Oberacy Emmerich Júnior. Segundo ele, a prefeitura não pode fazer a manutenção dos equipamentos, pois eles estão sob a gestão do governo estadual.

“A Sesp disse que passaria a gestão de todas as câmeras para o município de Vila Velha em 31 de dezembro do ano passado, mas adiou para março de 2018”, reclama o presidente do Conselho Metropolitano de Videomonitoramento, Fábio Barcelos.

Apesar de elogiar a qualidade das câmeras, Fábio ressalta que a falta delas compromete a prevenção e a resolução de crimes. O mais recente exemplo ocorreu na madrugada da última quarta-feira, quando assaltantes explodiram uma agência do Banco do Brasil na Avenida Santa Leopoldina, em Coqueiral de Itaparica, mas a câmera que fica em frente à agência está desativada.

Em outros municípios a situação é melhor, mas nenhum atingiu 100% de eficiência. Na Serra, das 101 câmeras instaladas, 83 funcionam, enquanto em Cariacica, 81 já operam de um total de 100. Guarapari recebeu 80 câmeras e atualmente 70 estão em uso. Já em Viana, das 40 máquinas, 32 são usadas.

Vitória também recebeu 100 câmeras, das quais 93 funcionam. Segundo o secretário de Segurança Urbana de Vitória, Fronzio Calheira Mota, por estarem localizadas em zonas sombreadas, onde há dificuldade de emissão de sinal, as outras sete estão desativadas. O secretário elogia o programa. “Há alguns problemas técnicos e também vandalismo, mas o Olho Digital foi um grande investimento e tem nos ajudado a reduzir os crimes patrimoniais.”

ENTENDA

O PROGRAMA

O que é: O Programa Olho Digital trata-se de um convênio firmado em 2014 entre a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) e 19 prefeituras municipais, incluindo as da Região Metropolitana.

Funcionamento: Nele, a Sesp é responsável por fornecer as câmeras de video, além do treinamento para as equipes de manutenção do sistema. Já às prefeituras, cabe montar as centrais de monitoramento e disponibilizar uma equipe operacional. A ideia é que, após fazer a manutenção das câmeras, a Sesp transfira a sua gestão para os municípios.

NÚMEROS

Em Vitória: das 100 câmeras disponibilizadas pelo programa, 93 estão funcionando. Segundo a prefeitura, as outras sete não são usadas porque estão em locais sombreados, áreas em que há dificuldade técnica para a transmissão das imagens.

Em Vila Velha: apenas oito das 100 câmeras instaladas funcionam.

Na Serra: das 101 câmeras cedidas pelo governo estadual, 83 funcionam hoje.

Em Cariacica: oitenta e uma câmeras de um total de 100 funcionam. Segundo a prefeitura, problemas podem ocorrer por queda de energia ou instabilidade de sinal, mas o retorno acontece em horas.

Em Guarapari: oitenta câmeras foram disponibilizadas e, neste momento, 70 funcionam. A prefeitura informou que, entre as demais, algumas foram quebradas por vandalismo e outras aguardam por manutenção da Sesp, mas o chamado já foi aberto.

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Em Viana: foram entregues 40 câmeras, entre as quais 32 estão funcionando.

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