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Cigarrinhas verdes 'invadem' residências no Espírito Santo

Cigarrinhas verdes 'invadem' residências no Espírito Santo

O que são? O que comem? Onde vivem? Especialistas esclarecem dúvidas e explicam a 'explosão' dos insetos no ES

Publicado em 22 de março de 2018 às 20:56

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(Reprodução | AgroLink)

Há algumas semanas você tem percebido a presença de pequenos insetos verdes em casa? Nas telinhas dos smarthphones, da televisão, do computador... Pois é! Vários internautas relataram no Facebook do Gazeta Online a aparição desses bichinhos — o que tem causado um certo incômodo para os moradores da Grande Vitória.

O nome científico dessa 'cigarrinha verde' pode ser Empoasca kraemeri e, nas últimas semanas, ela 'invadiu' as casas do Espírito Santo. Para tirar dúvidas sobre o assunto, a bióloga e e entomóloga Isabel Alencar, que trabalha com insetos desde 2002 e é professora do Ifes de Vitória, explicou que a aparição desses bichinhos pode ter sido causada pelo clima chuvoso que atingiu o Estado durante o mês de março.

"Esta é uma das hipóteses por conta do período grande de estiagem. Outra suposição é que, com as chuvas, podem ter crescido plantas e, já que as cigarrinhas são herbívoras e se alimentam de fluidos dessas plantas, com o aumento da disponibilidade de alimento, aumentou, também, a população do inseto", explicou.

E quanto ao nome científico do bichinho verde, não se pode afirmar. "Não podemos confirmar certinho o nome científico porque, para identificar o inseto, precisamos olhar na lupa ou até no microscópio", explicou a bióloga. Segundo relatos de moradores de Vitória, o horário comum em que a cigarrinha costuma aparecer é à noite. Isabel explicou que o bichinho tem hábitos noturnos porque são atraídos pela luz e, por isso, pousam na tela do celular, computador e da televisão. 

A bióloga explicou, também, que o inseto costuma aparecer em plantações. "É considerado uma praga e, muitas vezes, ataca as plantações de feijão, por exemplo", relatou.

E MORDE?

A bióloga e entomóloga explicou que, quando o bichinho pousa no nosso braço, algumas pessoas podem sentir uma coceirinha ou um certo incômodo. "Não podemos dizer que é de fato uma mordida. Mas ele tenta penetrar na nossa pele com o 'tubinho' usado para sugar a seiva das plantas. Mas isso é quase imperceptível, só quem é mais sensível pode sentir um incômodo com isso", relatou Isabel.

Além disso, eles possuem cerdas nas patas que, em contato com a pele, podem ser confundidas com uma picada. 

BOOM POPULACIONAL

O biólogo Celso Oliveira Azevedo, professor da Ufes e também com especialidade na área de insetos, informou que o bichinho não traz problemas para os seres humanos. Ele reforçou que com o clima quente, calor, muita água e plantas vigorosas, aconteceu uma explosão de reprodução das cigarrinhas - na biologia, isso é chamado de "boom populacional".

"Isso é normal, não tem nada de excepcional na natureza. Uma espécie ou outra se reproduz abundantemente nessa época do ano e depois tudo volta ao normal. Acontece em várias regiões do mundo. Rapidamente, tudo entrará em equilíbrio com a queda da temperatura agora no outono", completou o professor.

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