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De novo: pneus carecas e carga acima do peso

De novo: pneus carecas e carga acima do peso

Carreta de onde rocha caiu repete problemas de outros acidentes

Publicado em 9 de março de 2018 às 10:02

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Pedra que caiu na BR 101, em Ibiraçu, estava ao menos 10 toneladas acima do permitido. (WAGNER PETRI/ leitor - 08/03/2018)

Carga além do limite e pneu careca: aconteceu de novo. Como no acidente em junho de 2017, quando 23 pessoas morreram após o ônibus em que estavam ser atingido por uma pedra que caiu da carreta, o bloco de granito que tombou de um caminhão na BR 101, Ibiraçu, na quarta-feira, era bem mais pesado do que poderia. Ele ultrapassava ao menos 10 toneladas o limite de permitido para o veículo. Além disso, a carreta não estava em bons sinais de conservação, os pneus estavam carecas.

Os problemas foram apontados por fontes oficiais. Diferente do acidente de 2017, entretanto, o que aconteceu na quarta-feira não deixou vítimas, mas o cenário poderia ter sido outro. Um passageiro do ônibus que seguia atrás da carreta, Natal Aguiar, contou ontem em entrevista ao Gazeta Online que o motorista precisou “se virar” para evitar uma tragédia.

As informações que denunciaram as irregularidades da carreta foram divulgadas com exclusividade ontem pela coluna Leonel Ximenes, no Gazeta Online.

A situação se repete e, enquanto os caminhoneiros parecem contar com a direção defensiva dos demais motoristas, quem passa pela estrada precisa também esperar pelo o bom senso das empresas que transportam materiais pesados, como rochas, e com a eficácia das fiscalizações realizadas ao longo da rodovia.

O superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Willys Lyra, explica que a corporação não tem condições de fiscalizar toda a extensão da rodovia. “Os segmentos não podem trabalhar de forma isolada.”

De acordo com Lyra, o problema começa quando um embarcador coloca na carreta uma rocha que claramente excede o peso permitido. “O embarcador, o transportador e o motorista têm que estar juntos com a intenção de oferecer mais segurança nas estradas.”

O superintendente reforçou ainda que as fiscalizações vêm sendo realizadas pela PRF. “Fazemos um trabalho até acima da nossa capacidade, mas precisamos da participação de todos.”

EMPRESAS

O Sindirochas foi procurado ontem, mas o contato telefônico não foi retornado. Na quarta-feira, em nota, a entidade informou que lamenta o fato de os acidentes terem contribuído para a criação de uma imagem negativa do setor. Além disso, disse que combate as irregularidades cometidas. “Não podemos permitir que ações ou condutas isoladas venham comprometer um setor que investe em todos os municípios do Estado.”

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O sindicato afirmou ainda que tem manifestado apoio à fiscalização esperando que os órgãos “continuem atuando com rigor e efetividade no combate as irregularidades, fraudes e desvios de condutas praticados nas rodovias.”

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