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Empresário abriu mão de projetos em Parque Tecnológico a pedido do prefeito

Empresário abriu mão de projetos em Parque Tecnológico a pedido do prefeito

Leonardo Dadalto diz que propostas de prédios estavam protocoladas na Prefeitura de Vitória

Publicado em 22 de março de 2018 às 02:02

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Área em Goiabeiras onde deverá ser implantado o Parque Tecnológico: sem construções por enquanto. (Vitor Jubini | GZ)

O empresário que detém o controle de parte da área destinada ao Parque Tecnológico, em Goiabeiras, em Vitória, relata que retirou os projetos de prédios residenciais para a propriedade, que já estavam protocolados, a pedido do prefeito Luciano Rezende, e com isso acabou sendo prejudicado.

O relato foi feito por Leonardo Dadalto, que lidera as empresas do grupo e cuja família detém 53 mil m2 na região destinada ao parque. Em entrevista concedida na última quarta (21), para A GAZETA, o ele relatou que as empresas do grupo estão hoje em melhores condições financeiras, o que lhes dá folga para esperar o melhor momento de negociar a área. “Podemos esperar até 2028”, disse.

A propriedade está distribuída em 34 lotes, cujo preço do metro quadrado para a venda é de R$ 2,5 mil. A área vale R$ 132,5 milhões. No local, eles pretendiam construir prédios, cujos projetos foram protocolados na prefeitura em 2017. “Assim que começou o debate sobre o PDU decidimos protocolar nossos projetos, para a construção de prédios, de acordo com o loteamento aprovado pela prefeitura e com a lei em vigor.”

Com o avanço das discussões e a possibilidade do uso da região ser destinado apenas para empresas de tecnologia, Leonardo disse que procurou o prefeito Luciano Rezende para ser incluído no debate. “As discussões envolvem o terreno da minha família. Mas ele argumentou que deveríamos ter um movimento de boa vontade para o diálogo e pediu que retirássemos todos os projetos já protocolados, e prometeu que não nos deixaria na mão.”

A conversa aconteceu no início de julho e no dia 12 ele atendeu ao pedido, retirando os projetos. “Ele então nos atendeu, disse que queria negociar uma solução e que no Encontro da Cidade teria uma solução intermediária. Nos reunimos com a secretária de Desenvolvimento da Cidade, Lenise Loureiro, para discutir o assunto, por orientação dele”, acrescentou.

Mas a situação mudou, segundo Leonardo Dadalto, no Encontro da Cidade. “Levamos uma carroçada. Posteriormente, voltamos a conversar com eles uma possibilidade de alterarem o projeto. Mas em novembro do ano passado, a Lenise informou que não haveria mudança e mandaria o texto original para a Câmara, com a proposta de 100% empresarial.”

Diante da situação, relatou, a família Dadalto decidiu protocolar novamente os projetos. “Em novembro, fomos informados que tinham ocorrido mudanças no protocolo. Agora exigiam o protocolo de uma etapa anterior, chamado alinhamento, e após a avaliação dele, permitiriam o protocolo dos projetos. Cinco meses se passaram e até agora não conseguimos protocolar os projetos. Até este direito nos foi tirado”, relatou Leonardo.

LUCIANO REZENDE DIZ QUE ORIENTOU BUSCA POR “PONTO DE EQUILÍBRIO”

O prefeito de Vitória, Luciano Rezende, confirma que foi procurado por Leonardo Dadalto. Na ocasião, relata, o orientou a procurar a comunidade científica para que, em conjunto com os empresários do setor, encontrassem um ponto de equilíbrio para o projeto que acabou sendo apresentado na conferência do Encontro da Cidade.

Dadalto acabou tendo a sua proposta derrotada. No Encontro da Cidade foi aprovado que o Parque Tecnológico deve ter uso destinado somente para as empresas de tecnologia, eliminando a possibilidade de construção de residências.

DIREÇÕES

Em relação à retirada dos protocolos, Luciano explica que informou ao empresário “que não fazia sentido buscar um projeto com outros já protocolados, em outras direções”.

Por nota, a assessoria de imprensa da prefeitura disse que os protocolos de projetos continuam o rito normal. Não há informações de mudanças ocorridas, conforme citado pelo empresário Leonardo Dadalto.

SETOR SURPREENDIDO COM PREÇO ALTO

O preço do metro quadrado da área do Parque Tecnológico de R$ 2,5 mil, surpreendeu os empresários.

Eles apontam que a criação do parque enfrenta agora dois problemas: preços alto e o uso misto, que permite também a construção de residências. “Vamos ter que fazer uma análise de viabilidade. Se não for viável, partimos para outras alternativas”, destacou Luciano Raizer, presidente do Sindicato das Empresas de Informática do Estado (Sindinfo).

A expectativa dele é de que as discussões sobre o assunto caminhem para uma solução que possa contemplar o interesse de todos.

Para o empresário Rafael Lontra, da TecVitória, é importante que seja levado em consideração a importância do parque para a cidade. “A área do parque é pequena e já está inserida num entorno com residências”, pondera.

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O projeto do PDU, que inclui as discussões sobre o parque tecnológico, será votado pela Câmara no próximo dia 27.

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