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Inscrições de disciplina sobre 'Golpe de 2016' na Ufes esgotam

Inscrições de disciplina sobre "Golpe de 2016" na Ufes esgotam

A disciplina vai acontecer como um ciclo de palestras e terá a participação de diversos professores e pesquisadores da Universidade

Publicado em 19 de março de 2018 às 20:36

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Ufes: instituição foi a que teve maior crescimento em pedidos de aposentadorias. (Fernando Madeira | AG)

Professores e pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) abriram vagas para uma disciplina que vai analisar o impeachment da presidente Dilma Roussef e os rumos da democracia no Brasil. Poucas horas depois de aberta as inscrições, todas 150 vagas foram preenchidas.

“O Golpe de 2016 e o Futuro da Democracia no Brasil e na América Latina”, como o curso é chamado, vai debater conceitos sobre democracia, golpe, unindo diversas áreas de conhecimento. Nas palestras, o impechment da presidente Dilma Roussef será analisado na perspectiva de que foi um golpe.

O curso foi inspirado na disciplina criada na Universidade de Brasília (UnB) de mesmo nome. Na UnB, por ser uma disciplina dentro do curso de Ciência Política, as aulas seguem um programa determinado pelo professor que a criou. No final, o estudante é avaliado e a nota entra em seu histórico escolar.

Já na Ufes, o curso vai funcionar como um ciclo de palestras, com a participação de professores e pesquisadores de vários cursos de graduação. Ao final, o estudante vai receber um certificado, caso participe de 75% dos encontros, e não é submetido à avaliação. Ele também não terá nenhuma nota incluída no histórico escolar.

ESTRUTURA DO CURSO:

Ao todo, foram abertas 150 vagas neste domingo (18), que se esgotaram horas depois da abertura.

Participam da iniciativa os seguintes grupos de pesquisa da Ufes:

- Laboratório de Estudos de História Política e das Ideias

- Literatura e Educação

- Pedagogia histórico-crítica e educação escolar

- Poesia: suportes formais e sistemas de significação

- Seminário Permanente de Pesquisa em Ética e Filosofia Política

Todos as palestras do curso vão acontecer às quartas-feiras, das 18h30 às 21h30. A carga horária total vai ser de 30 horas.

Será emitido um certificado de participação para quem frequentar 75% dos encontros, que começam no dia 4 de abril e terminam no dia 13 de junho.

O CASO

A iniciativa de professores de criar uma disciplina sobre o “golpe de 2016” – referente ao impeachment da ex-presidente Dilma Roussef – vem se espalhando por universidades federais e estaduais do país e já chegou ao Espírito Santo. Intitulada “O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil”, ela começou a ser ofertada de forma optativa na Ufes este ano e pode  ser assistida por graduandos e pós-graduandos de todos os cursos, além de outros interessados.

O nome da matéria é o mesmo da disciplina idealizada pelo professor Luis Felipe Miguel, da Universidade de Brasília (UnB), cuja proposta é analisar a “agenda de retrocesso” do governo do presidente Michel Temer e os “elementos de fragilidade” do sistema político brasileiro, “que depuseram a presidente Dilma Roussef”.

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O programa gerou o descontentamento do Ministro da Educação, Mendonça Filho, que solicitou à Advocacia-Geral da União, ao Tribunal de Contas da União e ao Ministério Público Federal uma análise quanto à legalidade do curso, o qual afirma fazer “partidarismo político”. Agora, ele é alvo de um processo aberto pela Comissão de Ética da Presidência, que investigará um possível abuso de autoridade.

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