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Moradores entram na Justiça contra a Linha Verde em Vitória

Moradores entram na Justiça contra a Linha Verde em Vitória

Segundo o advogado que produziu a ação, a implantação da Linha Verde é ilegal pois não foi amplamente debatida com a população

Publicado em 20 de março de 2018 às 00:23

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Linha Verde foi instalada na Avenida Dante Michelini. ( Fernando Madeira)

Uma semana após sua implantação na Avenida Dante Michelini, em Vitória, a Linha Verde sofre ataques por parte dos moradores dos bairros do entorno, que já procuraram um advogado para pedir na Justiça a suspensão da faixa.

O pedido de liminar tem como autores alguns residentes de Jardim Camburi e Mata da Praia e será protocolado hoje.

Segundo a ação popular, a implantação da Linha Verde fere a Lei Federal nº 12.587/2012, que regulamenta a Política Nacional de Mobilidade Urbana. A legislação diz que todo projeto de mobilidade que tenha grande impacto deve ser amplamente debatido com a população.

“Sabemos que isso não foi feito em Vitória. Não houve audiências públicas e a população não pode participar. Foi um projeto empurrado goela abaixo”, diz o advogado Amarildo Santos, responsável pela ação. Ele espera que ainda durante a semana haja uma decisão sobre a liminar.

Além do grupo de moradores representado pelo advogado, associações da Mata da Praia, Jardim Camburi e Bairro República também se manifestaram pedindo a suspensão do corredor exclusivo para ônibus. Elas protocolaram na tarde de ontem um documento na Prefeitura de Vitória afirmando que o tempo de trajeto no trânsito dos moradores aumentou 50% no final do dia por conta dos diversos engarrafamentos derivados da migração dos motoristas para outras vias.

As associações de moradores descrevem um “afunilamento” de três para duas faixas, que provoca engarrafamentos principalmente na região da Praia do Canto.

Além disso, as entidades também reclamam da falta de diálogo com a prefeitura, que não as teria consultado para a implantação da faixa.

“Em momento nenhum nos foi perguntado nada. A gente não é contra, mas queria participar, ter diálogo”, afirma o presidente da Associação de Moradores de Bairro República, Walter Guedes.

VIAS ALTERNATIVAS

Segundo o documento das associações, a Avenida Dante Michelini era uma das poucas na cidade que não sofria com engarrafamentos. Os moradores dizem que a via tinha boa fluidez tanto para carros quanto coletivos, não demandando intervenção do poder público.

O representante de Jardim Camburi, Enock Sampaio Torres, diz que a comunidade do bairro reclama do engarrafamento entre Bento Ferreira e a Ponte da Passagem. “Todos os motoristas estão indo pela Reta da Penha e Praia do Canto. Está congestionando outros locais”, relata.

Já o representantes da associação da Mata da Praia afirma que até os moradores que andam de ônibus têm reclamado do aumento no tempo de trajeto. “O tempo que os usuários de transporte público economizam na Dante Michelini não compensa o tempo que eles perdem no engarrafamento”, afirma.

Mas há usuários de transporte coletivo que gostaram da mudança. “Achei ótimo porque diminuiu o meu tempo de viagem de 10 a 15 minutos. Vou da Praia do Canto a Jardim Camburi”, diz a professora Neuza Machado, ontem à tarde para a CBN Vitória.

Não assinou

A associação que representa os moradores da Praia do Canto não assinou o documento, mas informou que notou um aumento no número de carros que trafegam pelo bairro.

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O presidente da associação de moradores de Jardim da Penha, Darcio Bracarense, afirmou que as consequências da implantação da Linha Verde no bairro ainda não foram discutidas pela entidade.

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