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No Dia Mundial da Água, o Rio Jucu prova que está mais vivo que nunca

No Dia Mundial da Água, o Rio Jucu prova que está mais vivo que nunca

Expedição com pesquisadores percorreu o rio e fez mapeamento de preservação

Publicado em 22 de março de 2018 às 01:19

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2.220 km2 é área de abrangência da bacia do Rio Jucu, que engloba seis municípios. (Zoom Filmes | Secundo Rezende)

Um rio que vive cercado de verde e de pessoas dispostas a protegê-lo. Essa foi a impressão dos pesquisadores que participaram de uma expedição por toda a extensão do Rio Jucu, da nascente, na região de Aracê, Domingos Martins, até a foz, na Barra do Jucu, em Vila Velha.

“O rio está mais vivo do que nunca. Não vimos muito acumulado de lixo, comparado ao que já foi registrado anteriormente. De um modo geral, o rio está bem”, afirmou a Maurice Barcellos, pesquisador e professor de Engenharia Ambiental da Ufes.

A análise, no entanto, vem precedida de uma ressalva. A expedição, que começou no dia 11 de março e terminou no último dia 17, aconteceu logo depois de uma semana de fortes chuvas, o que fez com que o rio enchesse e a vegetação estivesse mais verde.

Segundo o pesquisador e diretor do instituto Ecobacias, Alberto Pego, as chuvas mudaram, além da paisagem, o humor da população rural que vive nas redondezas e dependem do rio. “Vínhamos de quatro anos de crise hídrica, a população estava sem esperança. Após as chuvas, a gente encontrou outro humor, mais alegria”, relata.

Pego afirma, porém, que os moradores parecem ter aprendido com as dificuldades do passado. “Não é uma sensação de alegria superficial. Eles sabem que precisam trabalhar agora para não sofrer na próxima estiagem. Muitos nos procuraram querendo fazer replantio de árvores, recuperar nascentes”, lembra.

A EXPEDIÇÂO

A expedição pelo Rio Jucu contou com a participação de dez pesquisadores. Eles começaram o trajeto pela nascente do braço Norte, que atravessa, principalmente, comunidades rurais.

“É a parte mais preservada do rio. Há uma boa cobertura de mata ciliar, ou seja, nas margens do rio”, explica Pego.

Já o Braço Sul, que começa na região de Pedra Azul, é cortado por toda BR 262 e por cidades como Marechal Floriano. “Essa é a região onde a gente começa a ver alguns problemas como lançamento de esgoto e lixo”, conta o pesquisador.

VELHOS PROBLEMAS

Apesar da boa condição do rio, ainda foram registrados alguns velhos problemas. A expedição encontrou esgoto sendo despejado direto das casas dentro do rio e desmatamento nas margens em alguns pontos.

“É preciso agir para minimizar os danos ao rio. A gente vê que a sociedade ainda não está conscientizada. A água é um bem, ela tem valor”, conclui Maurice.

O RIO

O Rio Jucu, apesar de não figurar entre as maiores bacias do Estado, é responsável pelo abastecimento diário de mais de um milhão de pessoas, ou seja, cerca de um quarto da população capixaba.

As águas da bacia são usadas para irrigar lavouras e abastecer granjas da região de Domingos Martins e Marechal Floriano, dois dos municípios que mais fornecem alimentos para a região da Grande Vitória.

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