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Produtos reutilizados em cirurgias: risco de infecção e morte

Produtos reutilizados em cirurgias: risco de infecção e morte

Infectologistas apontam os perigos de se reutilizar materiais cirúrgicos desenvolvidos para serem usados uma única vez

Publicado em 1 de março de 2018 às 20:57

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Material apreendido pelo Nuroc em uma das empresas que vendia itens cirúrgicos reutilizados. (Kaique Dias)

A Operação Lama Cirúrgica ressaltou o medo real das consequências da má prática de empresários e médicos presos por causa do envolvimento em esquema que desvendou venda de materiais cirúrgicos utilizados em procedimentos ortopédicos.

O perigo imediato é de levar a uma infecção, que se for muito grave, pode levar à morte. “Quando é um objeto que não pode ser esterilizado e ele é reutilizado, há o risco de levar bactérias para o corpo”, diz a infectologista Martina Zanotti.

As investigações apontam que o material que era irregularmente reprocessado eram os instrumentos usados para fixar os materiais no corpo do paciente. Ou seja, não há nenhum material ortopédico, como próteses, reutilizado dentro do corpo do paciente. Mas a médica Martina Zanotti explica que, mesmo que o material não esteja no paciente, os objetos utilizados na cirurgia podem carregar bactéria para o interior de quem passou por cirurgia.

O infectologista Crispim Cerutti Júnior observa ainda que, além dos riscos de infecção, reutilizar equipamento desenhado para ser de uso único pode prejudicar o procedimento. “Além de poder introduzir um agente infeccioso, pode ter uma baixa qualidade no procedimento. O material de uso único é tecnicamente desenvolvido para aquele uso somente”, explica o médico.

INFECÇÃO

 

Entre os sintomas de que o corpo passa por um processo infeccioso estão dor, febre, reabertura da cicatriz que já havia se curado, vermelhidão, inchaço e secreção no local. Nesses casos, a recomendação é buscar ajuda com o médico que realizou o procedimento.

Em caso de infecção, os sintomas surgem em até um mês, quando é um procedimento cirúrgico simples. Quando houve colocação de prótese, os sintomas podem surgir em até um ano.

PRISÕES

 

Cinco pessoas foram presas desde que a Operação Lama Cirúrgica foi deflagrada pelo Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas e à Corrupção (Nuroc), em 16 de janeiro deste ano. Os dois últimos presos são os médicos ortopedistas Rodrigo Souza e Marcos Robson.

Na primeira fase da Operação, fora presos os sócios da Golden Hospitalar, Gustavo Deriz Chagas e Marcos Roberto Stein, e o enfermeiro Thiago Waiyn, funcionário da empresa.

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As investigações apontaram a reutilização de produtos descartáveis em procedimentos cirúrgicos da área ortopédica.

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