> >
Réus do caso Milena não participarão de nova audiência em Fundão

Réus do caso Milena não participarão de nova audiência em Fundão

Sessão será na próxima segunda, com o relato de duas testemunhas de acusação

Publicado em 23 de março de 2018 às 09:43

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Réus não participarão de audiência em Fundão. (Bernardo Coutinho)

Os seis acusados pelo assassinato da médica Milena Gottardi não vão participar da audiência que está prevista para a próxima segunda-feira (26), na Comarca de Fundão. E ainda há o risco de que algumas testemunhas de defesa dos réus também não compareçam para prestar seus depoimentos, segundo orientação dos advogados. O temor de que a segurança delas não possa ser garantida levou o advogado Hiran Luís da Silva, que faz a defesa de Esperidião Frasson, a pedir até o cancelamento da audiência ou a transferência dela para outra cidade.

"Minha testemunha de defesa não vai comparecer. Vai prestar depoimento em Vitória. Não podemos correr o risco com as manifestações previstas para o dia da audiência. São poucos policiais na cidade para garantir a segurança", destacou Hiran, sugerindo que a audiência seja realizada em outra localidade.

O primeiro a obter a dispensa para não comparecer a audiência foi o policial civil Hilário Frasson, ex-marido da vítima e acusado de ser um dos mandantes do crime, em decisão concedida pelo juiz Marcos Pereira Sanches, da 1ª Vara Criminal de Vitória na última quarta-feira (21). Na sequência, os advogados dos demais réus protocolaram os mesmos pedidos na tarde desta quinta-feira (22) e outros o farão na tarde desta sexta-feira (23). Eles fazem a defesa de Dionathas Alves Vieira, Bruno Broeto, Esperidião Frasson, Valcir Silva Dias e Hermenegildo Palaoro Filho.

David Passos, que faz a defesa de Hermenegildo, lembrou que a presença de seu cliente não será necessária. "A maioria das testemunhas de acusação pede para não prestar o depoimento na presença dos réus. Diante disso, não há motivo para submetê-lo a tal desgaste e risco", destacou. Ele é acompanhado na mesma decisão por Adoniran Lopes, que defende Valcir. "Vou acompanhar os depoimentos, mas quero resguardar a integridade física do meu cliente”, acrescentou.

Leonardo Rocha, que defende Dionathas e Bruno e já tinha autorizado a ida de seus clientes a Fundão, mudou de estratégia. “Estive com meus clientes e eles estão muito preocupados com a situação. Já receberam informações sobre os protestos que vão acontecer e temem por suas vidas. Não podemos correr o risco”, informou.

MOTIVO

A audiência em Fundão foi marcada para serem ouvidos os depoimentos das testemunhas de defesa e de acusação, além dos relatos dos denunciados pelo assassinato da médica. Para o próximo dia 26, foram convocadas duas testemunhas da acusação pelo Ministério Público Estadual (MPES): Felismino Martins e César Augusto Arcari.

O primeiro é o caseiro e o segundo o proprietário do sítio onde foi escondida a moto utilizada no dia do crime por Dionathas Alves Vieira. Além deles, também prestarão depoimentos outras testemunhas chamadas pela defesa dos réus.

Fundão é a cidade da família de Milena e também dos denunciados como responsáveis pelo crime. A ida ao município decorre de uma solicitação do Juizado local e, por lei, os réus têm o direito de acompanhar estas oitivas. Mas os advogados de defesa estão preocupados com as manifestações previstas para o dia do julgamento e por isso decidiram pedir a suspensão da ida de seus clientes àquela Comarca.

Além da audiência de Fundão, uma outra foi marcada para as 9 horas, do dia 12 de abril, desta vez, no Fórum de Vitória, para que sejam colhidos os depoimentos dos últimos quatro réus: o policial civil Hilário Frasson, o pai dele Esperidião Frasson, ambos acusados de mando do crime, além de Valcir Silva Dias e Hermenegildo Palaoro Filho, apontados como intermediadores do assassinato. Eles começaram a ser ouvidos em audiência, realizada no final de fevereiro, que acabou sendo suspensa em decorrência do horário avançado na noite.

Este vídeo pode te interessar

A médica Milena foi baleada com um tiro na cabeça no estacionamento do Hucam, em Maruípe, quando saía do trabalho, em 14 de setembro do ano passado. No dia seguinte, ela teve a morte declarada.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais