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Professores de Vitória decidem encerrar a greve

Professores de Vitória decidem encerrar a greve

A decisão foi tomada em uma assembleia da categoria, realizada na manhã desta terça-feira (24)

Publicado em 24 de abril de 2018 às 13:11

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Professores de Vitória decidiram encerrar a greve nesta terça-feira. (Eduardo Dias)

Depois de 30 dias de paralisação em várias escolas, os professores da rede municipal de ensino de Vitória decidiram terminar com a greve. A decisão foi tomada em uma assembleia da categoria, realizada na manhã desta terça-feira (24).

A greve começou no dia 26 de março, afetou mais de 35 mil alunos em cerca de 100 escolas da capital. Com a decisão pelo fim da paralisação, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes) afirma que as aulas em todas as escolas serão retomadas normalmente nesta quarta-feira (25).

Apesar do fim da greve, o clima entre os professores ainda é de insatisfação, com muitos alegando que foram intimidados pelo governo municipal. Argumentando que a greve foi considerada ilegal pela Justiça, a prefeitura de Vitória cortou o ponto dos professores grevistas dos últimos 30 dias. Além disso, alguns professores receberam mensagens da prefeitura sendo convocados para voltar a trabalhar.

A principal reivindicação dos professores é a reposição salarial de perda inflacionária dos últimos 4 anos, um valor aproximado de 28%. No entanto, a prefeitura de Vitória informou em várias ocasiões que só iria negociar com a categoria após o fim da greve.

CORTE DE PONTO

A Prefeitura de Vitória cumpriu o comunicado feito na semana passada e cortou o ponto de todos os professores que aderiram ao movimento grevista, que começou no final de março. A alegação da prefeitura para a decisão é o fato da greve ter sido considerada ilegal pela Justiça.

Nesta terça, em entrevista para a Rádio CBN, a subsecretária de Educação de Vitória, Sueli Mattos, afirmou que, desde que o professor reponha as aulas, o ponto não será cortado.

RETORNO TÍMIDO NESTA TERÇA

A Prefeitura de Vitória informou que, nesta terça-feira (24), as aulas na rede municipal de ensino retornariam ao normal. Entretanto, em uma volta pelas escolas de Vitória foi possível constatar que a situação ainda não estava completamente normalizada. O fim da greve foi anunciado pela prefeitura na noite desta segunda-feira (23), mas foi negada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes), que só decidiu pelo fim da paralisação em um assembleia realizada na manhã desta terça.

Na Escola Municipal de Ensino Fundamental Alvaro Castro Matos, em Jardim da Penha, por exemplo, os professores grevistas ainda não voltaram ao trabalho. De acordo com uma funcionária da escola, que não quis se identificar, para reduzir o prejuízo aos alunos, os professores que não aderiram à greve têm feito uma espécie de rodízio e cada turma tem ficado sem aulas apenas uma vez por semana. As turmas do EJA, no entanto, não estão tendo aula.

Andre Luis Marangoni, pai de um aluno de 8 anos da escola Éber Louzada, em Jardim da Penha. (Caíque Verli)

Também em Jardim da Penha, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Éber Louzada chegou a colocar um aviso na porta sobre o retorno das aulas, mas o que se vê no local na manhã desta terça-feira (24) são pais ainda com muitas dúvidas e poucos professores na escola.

O recreador Andre Luis Marangoni é pai de um aluno de 8 anos da escola e se mostrou preocupado: "Está retornando de greve e a gente esperava encontrar todos os profissionais da escola, mas ainda não chegaram todos. Não nos informam direito. Vou ficar aguardando aqui para ver o que vai acontecer. Afinal é meu filho, é a vida dele".

O funcionário público Gilmar Gomes, pai de uma menina de 9 anos que estuda na mesma escola, também se mostrou inseguro. "Trouxe a filha porque tinha uma placa na porta da escola avisando do retorno, mas nem todos os professores chegaram", disse.

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Gilmar Gomes, funcionário público, pai de aluna da escola Eber Louzada . (Caíque Verli)

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