Milhares de condutores preferiram andar acima da velocidade e arcar com uma multa a andar na linha e em segurança, para si e para os outros, em 2017. As penalidades somaram um total de R$ 38.996.811,63 no ano passado para infratores.
É o valor acumulado por 275.058 notificações por dirigir em alta velocidade em duas das três categorias em que é subdividida a infração: dirigir até 20% acima da velocidade e dirigir entre 20% e 50% acima, de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro.
Essas duas categorias lideram o ranking de infrações de trânsito, segundo o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-ES), tanto em 2016 quanto em 2017. No último ano, foram ao todo 275 mil multas nos dois critérios. Isso representa 530 multas dessa natureza por minuto no Estado.
A penalidade para a velocidade 20% acima do que é permitido é de R$ 130,16, com perda de quatro pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Para entre 20% e 50%, o valor é R$ 195,23 e perda de cinco pontos.
Segundo o Anuário de Trânsito de 2016, o último produzido pelo Detran, houve 16.031 acidentes por colisão ou abalroamento (colisão entre objetos em movimento).
A maioria dos acidentes acontece por falha humana. E o excesso de velocidade só piora essas estatísticas. Até porque se você for frear, o carro vai demorar a parar. Então quanto menor for a velocidade, menores os riscos de morrer, afirma a médica Rita Moura, especialista em Medicina do Tráfego e diretora da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet). A maioria dos países que reduziu os limites de velocidade diminuiu o número de acidentes, acrescenta a médica.
Cultura
Mesmo com as sanções e com os índices de acidentes violentos no trânsito, por que condutores continuam se arriscando? Inicialmente, é algo cultural. Por um bom tempo o condutor acreditava na impunidade. Hoje, o Detran tem muitos processos abertos de suspensão de CNH, e a gente vê que o comportamento dos condutores nos recursos é de argumentar que já pagaram a multa e que isso é o suficiente, relata José Eduardo de Souza Oliveira, diretor de habilitação do Detran.
Ou seja, ainda não caiu a ficha do condutor de que ele pode ou vai deixar de dirigir se cometer infrações.
O diretor de habilitação do Detran ressalva que a maioria dos condutores dirige dentro da regularidade. São um milhão e quatrocentos mil habilitados no Espírito Santo. Desses, cerca de 50 mil estão com a CNH suspensa. Mas o ideal é que não tivesse infração.
INFRAÇÕES MAIS COMETIDAS
2016
1. Transitar em velocidade superior máxima permitida em até 20%: 217.614 multas.
2. Transitar em velocidade superior máxima permitida em mais de 20% até 50%: 39.255 multas.
3. Dirigir utilizando-se de telefone celular: 32.814.
4. Avançar o sinal vermelho: 23.716.
5. Conduzir veículo registrado que não esteja devidamente licenciado: 17.929.
6. Dirigir veículo sem possuir CNH ou permissão para dirigir: 13.434.
7. Avançar sinal vermelho: 11.872.
8. Condutor deixar de usar o cinto de segurança: 8.774.
9. Transitar em velocidade superior máxima permitida em mais de 50%: 7.423.
10. Conduzir veículos sem os documentos de porte obrigatório: 5.835.
2017
1. Transitar em velocidade superior máxima permitida em até 20%: 225.953 multas.
2. Transitar em velocidade superior máxima permitida em mais de 20% até 50%: 49.105 multas.
3. Avançar o sinal vermelho: 30.452.
4. Dirigir veículo segurando/manuseando telefone celular: 21.824.
5. Estacionar em local/horário proibidos pela sinalização: 15.068.
6. Conduzir veículo registrado que não esteja devidamente licenciado: 13.832.
7. Transitar em velocidade superior máxima permitida em mais de 50%: 11.494.
8. Estacionar em desacordo com a regulamentação de estacionamento rotativo: 10.615.
9. Avançar sinal vermelho: 8.801.
10. Conduzir veículos sem possuir CNH/Permissão: 8.760.
Sanções
Velocidade alta
Quando até 20% acima, é infração média, com perda de quatro pontos na CNH e multa de R$ 130,16.
Quando for superior, entre 20% e 50% acima, é infração grave, com perda de cinco e multa de R$ 195,23.
Celular
Flagrado utilizando-se de celular, infração média, com perda de quatro pontos e multa de R$ 130,16.
Flagrado segurando ou manuseando o celular, infração gravíssima, com perda de sete pontos e multa de R$ 293,47.
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