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Sindicato dos Médicos quer botão do pânico e escolta armada em hospitais

Sindicato dos Médicos quer botão do pânico e escolta armada em hospitais

Sindicato acredita que ações ajudariam a prevenir ocorrências

Publicado em 19 de abril de 2018 às 01:33

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Policial faz patrulhamento no PA de Alto Lage, em Cariacica, onde já ocorreram problemas de segurança. (Marcelo Prest)

Diante dos casos frequentes de violência, o Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes) defende que sejam tomadas medidas de segurança para reduzir as ocorrências. Botão de pânico para os profissionais e vigilância armada nas unidades de saúde (postos, pronto-atendimentos, hospitais) já foram propostos.

Para o presidente da entidade, Otto Baptista, as ações poderiam prevenir os episódios de violência que, em sua opinião, muitas vezes são gerados pela falta de estrutura das unidades.

“Temos rodado o Estado e não há interesse em melhorar a situação. Na Grande Vitória, 70% delas estão sem a mínima condição de atender a população”, revela.

Além disso, Otto Baptista afirma que muitos postos estão em bairros violentos onde poucos médicos se dispõem a trabalhar justamente porque não há segurança. “Fico pensando por que os vereadores não criam um para segurança armada nas unidades? E o botão do pânico, uma coisa tão barata, por que ainda não foi oferecido? Será que só vão tomar providência quando um médico morrer?”, questiona o presidente do Simes.

O Pronto-Atendimento de Alto Lage, Cariacica, é um desses exemplos de insegurança, onde já houveram casos de agressões a médicos e foi colocado patrulhamento dentro da unidade.

 

REFLEXOS

O advogado Bruno Toledo, professor universitário e doutorando em política social, observa que a sociedade brasileira vive em um contexto de violência generalizada e isso se reflete em casa, nas ruas, nas escolas e também nos postos de saúde.

“Precisamos entender o todo para depois olhar para essa especificidade do serviço público de saúde, que é claramente insuficiente diante da demanda da população. O sistema de saúde é violador de direitos quando nega o acesso, não oferece um atendimento adequado”, argumenta.

Há também, segundo ele, uma crescente onda de intolerância e as pessoas não conseguem compreender uma demora ou um “não” colocado tecnicamente.

Toledo ressalta que nada justifica a violência praticada contra um médico ou outro profissional, até porque também são vítimas desse sistema de saúde que não oferece condições de trabalho, mas que é necessária a compreensão de como se chegou até esse ponto.

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Nesse cenário, ele avalia que medidas de segurança não são efetivas para reduzir a violência. “Não adianta achar que, ao colocar mais segurança nas unidades, a situação vai se resolver. Nesse caso, estaríamos lidando com a consequência quando, na verdade, precisamos lidar com a causa. Duvido muito que, se tivéssemos um atendimento em saúde nos moldes do que a Constituição prevê, haveria tantos casos de violência.”

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