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BR 101 em Linhares: 60 caminhoneiros permanecem em ponto de bloqueio

BR 101 em Linhares: 60 caminhoneiros permanecem em ponto de bloqueio

Grevistas estão reunidos no trevo de Bebedouro

Publicado em 28 de maio de 2018 às 20:56

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Cerca de 60 caminhoneiros continuam concentrados na altura do km 160 da BR 101 Norte, em Linhares, no trevo de Bebedouro. No entanto, caminhões e carretas não são impedidos de seguir viagem quando passam pelo trecho da rodovia.

De acordo com o caminhoneiro Roberto Ribeiro, que participa da manifestação, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) pediu para a pista ser desobstruída e os grevistas retiraram os caminhões do acostamento. “Desde ontem nós tiramos os caminhões para liberar o tráfego, deixamos estacionados em pátios de postos de gasolina, pelas ruas da cidade e na marginal da BR. O direito de ir e vir de todos está sendo garantido. Quem parou e está aqui é por livre e espontânea vontade”, explicou o manifestante, que é de Jandira (SP).

O caminhoneiro Roberto Ribeiro, de Jandira (SP). (Loreta Fagionato)

Ribeiro descarregou em Colatina e voltava para São Paulo com uma carga de mamão quando decidiu parar a carreta para acompanhar os colegas na greve. “Estou aqui desde o começo da manifestação. Aqui temos respaldo da população, que apoia nossa luta. A proposta do governo é só uma medida provisória, em 60 dias o preço do diesel pode piorar, então não vamos aceitar. Também queremos um preço mais acessível para a gasolina. Aguardamos uma proposta melhor do presidente, só assim vamos encerrar a greve”, ressaltou.

No entanto, fontes que pediram para não ser identificadas revelaram à reportagem que a situação é diferente. Segundo elas, os grevistas impedem a passagem de caminhões e em alguns casos é necessário chamar a PRF para conseguir a liberação.

Antônio Pereira, caminhoneiro de Vacaria (RS). (Loreta Fagionato)

No pátio de um posto de gasolina na BR 101, cerca de 80 caminhões estão estacionados. A maioria está carregada de mamão. “O caminhão fica ligado o tempo todo, para manter as frutas refrigeradas. Estou parado aqui há seis dias, esperando o governo resolver a nossa situação. E não adianta tirar a gente à força, porque a gente não vai sair”, garantiu o caminhoneiro Antonio Pereira, da cidade de Vacaria (RS). Ele havia descarregado uma carga de maçã em Salvador (BA) e carregou a carreta com mamão, em Pinheiros, no Norte do Estado. Seu destino é Porto Alegre (RS).

Edinéia, Miguel e Rafael com carga de mamão em pátio de posto de gasolina. (Loreta Fagionato)

Também de Vacaria, o caminhoneiro Rafael Duarte está parado no posto junto com a esposa, a dona de casa Edinéia Parisotto e o filho Miguel, de apenas 3 anos. Ele também leva uma carga de mamão, com destino a Pelotas (RS). “Estamos aqui desde o dia 19. Corre o risco de estragar tudo, porque a fruta tem um tempo de validade, é perecível. Mas a gente está correndo em busca de melhorias para nós. Vamos continuar enquanto a proposta do governo não chegar onde queremos. Temos o apoio do povo”, afirmou Duarte.

GASOLINA

A população de Linhares está com dificuldade para abastecer os veículos. Os postos que têm gasolina estão com filas e o combustível acaba rápido. É o que aconteceu em um posto do bairro Interlagos.

José Carlos Tavares, proprietário de posto de gasolina. (Loreta Fagionato)

“Passamos o fim de semana sem gasolina. Ontem à noite chegaram cinco mil litros, escoltados pela polícia, mas acabou hoje ao meio-dia. Estamos torcendo para chegar mais ainda hoje, porque perdemos muitas vendas. Mesmo com cones em volta do posto, impedindo a entrada dos carros, pelo menos 20 motoristas passam por hora perguntando se tem gasolina. Mas estamos do lado dos caminhoneiros, é uma causa justa”, contou o proprietário José Carlos Tavares.

O comerciante Jucélio Lima Gonçalves espera em fila de posto para abastecer o veículo. (Loreta Fagionato)

Em um posto no bairro Lagoa do Meio, a fila de veículos para abastecer dobrava o quarteirão. “Minha gasolina está na reserva desde a semana passada, então aproveitei que hoje tem combustível para abastecer o carro”, disse o comerciante Jucélio Lima Gonçalves, que estava na fila enquanto aguardava para ser atendido.

Fila em posto de gasolina no bairro Lagoa do Meio. (Loreta Fagionato)

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O chefe de pista do posto, Divanildo Santos de Souza, explicou que a chegada do combustível depende da escolta e só tem gasolina, o etanol está em falta. “Hoje, às 6 horas, chegaram 15 mil litros de gasolina. Teve uma escolta da PM porque a greve dos caminhoneiros continua, a carreta só chega dessa forma. Mas não vai durar até as 16 horas, acaba muito rápido. E não tem previsão de quando chega mais”, destacou.

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