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CineMilton: aposentado realiza sonho e constrói sala de cinema em casa

CineMilton: aposentado realiza sonho e constrói sala de cinema em casa

Amilton Simmer, 59, montou uma sala particular de projeção em Cariacica, com acervo de mais de 10 mil filmes

Publicado em 4 de maio de 2018 às 22:35

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Amilton entre duas máquinas de projeção que arrematou em um leilão. (Fernando Madeira)

Amilton Sebastião Simmer, 59, passou a vida juntando sonhos e dinheiro. Ao completar 50 anos, se aposentou e começou a realizar o que sempre esperou. Na bagagem, 22 países visitados. Em casa, em Cariacica, um cinema, o CineMilton. Mas é uma sala de respeito, com som e imagem que não deixam a desejar para nenhuma das grandes redes.

“Eu sempre tive dois sonhos na vida: conhecer o mundo e ter um cinema. Já conheci 22 países e pretendo ir em mais e tenho minha sala”, se gaba.

A paixão pela sétima arte começou quando ele tinha cinco anos e, pela primeira vez, viu um filme ser projetado. Mais tarde, já na adolescência, vendia picolés e engraxava sapatos. O dinheiro que ganhava usava para ir ao cinema. Aos poucos foi montado o acervo de filmes que atualmente ultrapassa a marca de 10 mil títulos.

Ao se aposentar e com a vida estabilizada, decidiu começar a montar um cinema. O jardim da casa virou um prédio de duas salas. Na primeira, um minimuseu que começou a receber peças há três anos. A maioria delas foram arrematadas em leilões feitos pelo Brasil e no mundo. Entre as peças, a mais antiga é uma lanterna mágica – antecessora dos aparelhos de projeção – de 1880.

Atrás de uma porta preta, fica a grande atração da casa. Uma sala de cinema com mais de dez poltronas, todas reclináveis. Por traz da cortina – importada da França – fica a tela que só reproduz imagens em blue-ray. O som é de sete saídas, igual aos das salas dos grandes cinemas. No frigobar, refrigerante chocolate e pipoca.

“Nunca parei pra somar quanto gastei. Mas cada centavo valeu a pena”, afirma o aposentado. No telão, além do clássicos, também rola jogo do time do coração, o Flamengo.

PARA OS CONVIDADOS

A sala de cinema do CineMilton é aberta apenas para pessoas conhecidas do aposentado. Os amigos ligam, reservam e escolhem o filme. Tudo sem custo para os espectadores.

“Não rola dinheiro aqui. Meu prazer é passar o filme para as pessoas verem. Não faço conta do que tem no frigobar. Quando tem sessão, nem fico na sala, que é pra deixar as pessoas mais a vontade”, explica.

PEÇAS RARAS ATÉ DOS EUA FAZEM PARTE DE MINIMUSEU

Se a sala de cinema é a principal atração e protagonista no CineMilton, o minimuseu é um coadjuvante digno de Oscar. Na coleção, duas máquinas antigas de projeção que vieram de um cinema em Curitiba e uma jukebox que veio dos EUA exclusivamente para o museu.

Na coleção, várias peças raras, entre elas o projetor que, na década de 60, fez Amilton se apaixonar por cinema. “Procurei muito até encontrá-lo. Acho que teve uns três donos. Agora é meu”, orgulha-se.

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No museu, ainda há uma urna de bilhetes e cadeiras que fizeram parte de um cinema dos anos 1950. Nas paredes, cartazes dos filmes preferidos, entre eles, Tubarão e o mais querido, Ben-Hur.

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