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Impedidas de seguir viagem, carretas voltam sem ração para Santa Maria

Impedidas de seguir viagem, carretas voltam sem ração para Santa Maria

"Os caminhoneiros foram orientados a voltar para Santa Maria, pela própria PM, que dava proteção para eles", contou Eustáquio Agrizzi, diretor da Aves

Publicado em 29 de maio de 2018 às 15:55

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Carretas foram interceptadas por caminhoneiros grevistas na BR 262. (Philipe Sathler | Internauta)

As carretas que saíram de Santa Maria de Jetibá para buscar ração para aves em Minas Gerais retornaram para a Região Serrana no começo da tarde desta terça-feira (29). Depois de ficarem parados por 24 horas na BR 262, na altura de Brejetuba, os motoristas foram orientados pela Polícia Militar a não seguir viagem.

Os caminhões estão vazios e saíram de Santa Maria de Jetibá com destino a Uberlândia, em Minas Gerais, para buscar ração para aves e suínos. Mesmo com escolta da PM, as carretas foram interceptadas por caminhoneiros por volta de meio-dia desta segunda-feira (28) e, até a manhã desta terça (29), ainda tentava liberação para seguir viagem.

"Os caminhoneiros foram orientados a voltar para Santa Maria, pela própria PM, que dava proteção para eles. Acontece que, mesmo com proteção, os 50 caminhões que estavam lá não quiseram forçar uma passagem porque houve ameaças graves. O motorista tem medo, ele só vai se tiver total segurança, senão, não vai sair de casa mais. Ninguém quer confronto, estão fotografando as placas de todos os caminhões lá", explicou o diretor da Associação dos Avicultores do Espírito Santo (Aves), Eustáquio Agrizzi.

Ainda segundo Agrizzi, a situação dos produtores rurais segue complicada e o risco de morte dos animais por fome realmente existe.

"Nós estamos na estaca zero com relação à comida para os animais criados em cativeiro. Sem comida, inicia o canibalismo e daqui a pouco acaba tudo, morre tudo", afirma.

30 MILHÕES DE AVES PODEM MORRER DE FOME

Trinta milhões de aves podem morrer caso não chegue ração ao ES . (Gabriel Lordêllo/Arquivo A Gazeta)

Se a ração não chegar a partir desta terça-feira (29), 30 milhões de aves e 150 mil suínos podem morrer no Espírito Santo. O presidente da Associação de Avicultores do Estado do Espírito Santo (Aves) Volkmar Berger, em entrevista ao Bom Dia Espírito Santo na manhã desta segunda-feira (28), afirma que a situação é crítica e que os caminhões com matéria-prima da ração estão retidos na divisa do Estado.

De acordo com o presidente, granjeiras têm se ajudado e compartilhado ração para que as aves não morram, mas a partir desta terça-feira (29) a situação deve piorar, caso a ração não chegue até as granjeiras.

Cerca de 30 milhões de aves podem morrer de fome. Segundo Berger, caminhões com a matéria-prima da ração que vem do Centro-Oeste do País estão retidos nas divisas do ES e no estado de Minas Gerais.

"Os caminhões de ração e os que estão com ovos não conseguem passar. O problema maior é que o Estado é um grande importador de matéria-prima, principalmente milho e soja, que são os dois maiores ingredientes da ração de aves, e eles vêm do Centro-Oeste. Nós temos muitos caminhões que estão retidos na divisa do ES e no estado de Minas Gerais", explicou o presidente em entrevista ao Bom Dia ES.

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Na manhã desta segunda-feira (28), a presidência da Aves esteve reunida com a Secretaria de Estado de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (SEAG) para buscar soluções para essa situação.

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