Prima, amiga e colega de trabalho de Simone, a arquiteta Vanessa Ventourim, de 32 anos, contou como foram as reações dos familiares da empresária no dia em que souberam da morte da vítima.
Como você recebeu a notícia da morte da sua prima?
Ela é minha cliente há mais de cinco anos. Temos 11 a 12 anos de convivência. Eu estava retornando do trabalho, dirigindo, meu marido não quis me dar a notícia no carro, porque eu poderia passar mal. Eu já havia visto no Gazeta Online, mas não fazia a menor ideia que poderia ser a minha prima. Você vê acontecer coisas todos os dias com as pessoas e quando cheguei em casa descobri que era minha prima. Na hora foi um desespero.
O que vocês fizeram nesse momento?
A gente foi direto para a casa dela, porque tinha que buscar o filho dela, que foi socorrido por uma vizinha, tinha que levar ele para um lugar onde pudéssemos deixar seguro, com a família, para podermos fazer todo o restante. Eu fui para o São Lucas, onde os pais dela estavam chegando, e foi o pior momento.
Como eles reagiram?
Eu vi a minha tia caindo, tendo que ser dopada, levamos ela no colo. O pai dela estava muito transtornado, achando que alguém tivesse feito de maldade. Tivemos que buscar o vídeo que mostrava que uma pessoa aleatória havia feito e ela estava no momento errado e na hora errada. O pai dela chegou a falar em suicídio, em matar alguém, não podíamos deixar nada perto dele. Nunca perdemos uma pessoa com essa idade na nossa família, sempre esperamos que os mais velhos partam primeiro.
E o filho dela, como está?
O filho dela está ficando na casa de um primo nosso que é pediatra. Achamos melhor deixar ele lá, pois está com uma pessoa que sabe lidar com criança. Ele foi ao quarto dela ontem, onde deram a notícia da morte da mãe para ele. Ele presenciou o vergalhão atingindo a mãe dele. Disse que quando saiu do carro a mãe estava dormindo. Quando ele recebeu a notícia, disse que já sabia.
E como vai ser daqui para frente?
A gente não consegue saber o que fazer daqui para frente. Tem muita coisa burocrática. Ela era dona de uma empresa, os funcionários estão todos aqui, perdidos. Essa semana que vamos organizar as coisas e ver quais são as medidas. Mas nesse momento é só chorar e orar. Não tem o que fazer.
A gente sabe que vem muita coisa pesada, que ele vai precisar de ajuda psicológica, os pais dela estão muito transtornados e o que segura eles hoje é o fato de saber que tem o menino. Os vizinhos foram muito solidários e agora é esperar tudo passar. Temos que amparar essa criança que está a uma semana do dia das mães, fez aniversário semana passada, todos nos reunimos, veio a irmã dela do Rio de Janeiro e agradecemos pelo menos por isso. O que fica é a dor e a indignação.
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