Em meio às mudanças climáticas e seus efeitos, como alagamentos de ruas, muitos motoristas têm seus carros danificados. No entanto, nem sempre eles sabem que a cobertura das empresas de seguro também podem valer para danos causados por fenômenos naturais. É importante saber que existem diversos sistemas de seguro, que variam de contrato para contrato, e é preciso prestar bastante atenção antes de escolher um. Mas como ter certeza que o seguro cobre alagamentos e problemas causados pela chuva?
Quem contrata o seguro compreensivo que faz a cobertura total do automóvel, incluindo, batida, incêndio, roubo e furto tem direito a cobertura em casos de eventos naturais como, por exemplo, problemas causados por queda de árvores, enchentes, chuvas de granizo. Já o seguro parcial não dá direito a essa cobertura.
"Os consumidores precisam ler de maneira minuciosa os contratos de seguro antes de fecharem negócio. É ter certeza do serviço que está contratando para não ser surpreendido depois por conta da falta de conhecimento sobre o seguro que você tem", explica o advogado Bruno Minuto, especialista em Direito do Consumidor.
De acordo com o advogado, fenômenos naturais excluem a responsabilidade das pessoas sobre os acidentes. Por exemplo, se um galho cai em cima do carro e o condutor acaba colidindo no automóvel de outro individuo, o Código Civil anula a responsabilidade de quem causou o acidente, uma vez que não foi um ato ilícito.
O maior problema e que exige bastante atenção do motorista é o chamado aumento de risco. O advogado Pedro Lube Sperandio conta que o motorista não pode ultrapassar a área alagada, pois, se ele tentar fazer isso, a seguradora provavelmente não cobrirá o prejuízo. Ao tentar passar por uma enchente, você está colocando o carro em risco e o motorista precisa comprovar que foi pego de surpresa para ter a cobertura do dano.
Outra questão que também merece atenção, por exemplo, é para quem vai à praia. Os seguros não cobrem danos por água salgada, apenas água doce. Se você estiver com o carro na areia e a maré subir rapidamente, fique esperto porque, normalmente, não está incluso na apólice.
FENÔMENOS NATURAIS QUE ESTÃO INCLUSOS NA COBERTURA COMPREENSIVA
- Ventos fortes
- Enchentes
- Chuva de granizo
- Queda de objetos no carro
- Deslizamento de terra
- Incêndio
- Raios
HORA DE CHAMAR O SEGURO
Mas se por acaso uma árvore caiu no carro ou ficou submerso na enchente? O que é preciso fazer? Pedro Lube Sperandio contou que o primeiro passo é usar os canais de comunicação da seguradora para solicitar o serviço.
Se realizadas as instruções advertidas e mesmo assim o consumidor não se mostrar satisfeito com os serviços e indenizações promovidos pela seguradora, deve buscar as vias legais para resolução do conflito. Não atendido o pedido administrativo junto à seguradora, sugere-se seja consultado órgão de proteção de defesa do consumidor, como o Procon, ou mesmo um advogado de confiança, explicou.
É importante lembrar que o ideal é evitar contratar guincho ou limpeza automotiva particular. Isso pode gerar a transferência de responsabilidade. Dê preferência, portanto, aos serviços oferecidos pela seguradora. Não tente ligar o carro e acelerá-lo para sair do local do alagamento. Recomenda-se que se desligue o veículo e aguarde o nível dágua baixar a ponto que seja possível sua retirada.
FIQUE ATENTO ÀS DICAS PARA GARANTIR A COBERTURA DE FENÔMENOS NATURAIS:
- Procurar uma cobertura compreensiva que cobre o veículo como um todo.
- Buscar uma seguradora com uma boa assistência porque a ocorrência de fenômeno natural vem quase sempre seguida por uma necessidade de assistência.
- Procurar um corretor de seguros que irá disponibilizar para os clientes várias opções de seguradoras porque cada motorista tem uma necessidade diferente.
- Evite deixar pessoas que não estão inclusas na cobertura dirigir o carro.
- Não tentar passar por um alagamento.
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