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Colégio de Santa Teresa vira exemplo da rede estadual no ES

Colégio de Santa Teresa vira exemplo da rede estadual no ES

Escola José Pinto Coelho ficou no topo do ranking das melhores unidades públicas do ES

Publicado em 30 de junho de 2018 às 02:19

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Alunos da Escola José Pinto Coelho, em Santa Teresa, que obteve a melhor nota . (Acervo Pessoal)

A escola estadual José Pinto Coelho, em Santa Teresa, atingiu a maior pontuação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2017 entre as escolas estaduais do Espírito Santo. Em seguida está a escola Victório Bravim, em Marechal Floriano. Em terceiro, a Escola Viva de São Pedro, em Vitória.

Esse ranking tem por base os dados oficiais do Enem 2017 e foram mapeados por uma ferramenta do jornal “Folha de S.Paulo”, que levou em conta apenas os colégios com pelo menos 61 estudantes no 3º ano do Ensino Médio. Esse grupo se aproxima mais do universo de escolas brasileiras - que, na média, têm 82 alunos, segundo a “Folha”.

As notas são referentes à média dos alunos nas provas objetivas do Enem (Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas).

NO TOPO

No ranking divulgado no ano passado, com base no Enem 2016, a escola José Pinto Coelho não apareceu entre as dez com melhor resultado. Agora, a escola está no topo da lista. Para Marcela Cavati Lodi Angeli, diretora da instituição, a nota é o resultado do trabalho desenvolvido. Ela também destaca o diferencial da unidade.

“Aqui temos gente que gosta do que faz. Todos se sentem responsáveis pela realização dos sonhos dos nossos alunos”, ressalta.

INCENTIVO

Para Liane Bravim Catelan, diretora da escola Victório Bravim, a nota, além de ser resultado do trabalho praticado na escola, servirá como estímulo.

Jovens da escola estadual Victório Bravim, em Marechal Floriano: comemoração. (Acervo Pessoal)

“A turma que vai fazer o Enem neste ano vibra com esse resultado e se lança o desafio de conseguir superar essa marca”, diz.

As equipes que trabalham na unidade da Escola Viva de São Pedro também encaram o resultado como uma forma de incentivo, é o que garante o diretor do colégio, Saulo Andreon.

Estudantes da Escola Viva de São Pedro vibram com o 3º lugar entre as públicas. (Vitor Jubini)

“Esses indicadores nos enchem de otimismo e nos mostram que estamos na direção certa”, comemora.

FAMÍLIA NA ESCOLA

O secretário de Estado da Educação, Haroldo Rocha, afirma que os bons resultados das escolas do interior se deve à presença da família na escola.

“São escolas que têm organização pedagógica eficaz combinado ao que a gente chama de efeito família, ou seja, de modo geral, as famílias cuidam bem da parte educativa de seus filhos, o que reflete na educação deles”, avalia.

Sobre a Escola Viva de São Pedro, Haroldo diz que este é “um projeto em amadurecimento”. “A tendência é melhorar mais. Mas o bom resultado é o efeito da educação em tempo integral.”

ESPECIALISTAS AVALIAM DIFERENÇA ENTRE PÚBLICAS E PARTICULARES

A diferença entre a média das notas das melhores escolas públicas e privadas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2017 revela os desafios para a educação pública no Espírito Santo. Em uma ponta, os alunos do colégio particular Leonardo da Vinci, de Vitória, tiveram média de 673,64 nas provas objetivas. Na outra, os estudantes da escola estadual de Ensino Fundamental e Médio José Pinto Coelho, de Santa Teresa, alcançaram média de 572,21. Uma diferença de 101,43 pontos.

Os dados foram mapeados pelo jornal “Folha de S.Paulo”, com base no resultado oficial das médias das provas objetivas aplicadas pelo MEC em 2017.

Para a professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e doutora em Políticas Educacionais, Gilda Cardoso, a diferença no desenvolvimento educacional de escolas públicas e privadas está relacionada diretamente ao investimento em equipamentos que auxiliam para uma aprendizagem adequada, como quadras, laboratórios e bibliotecas com acervo significativo, por exemplo.

“Nas escolas públicas, os alunos que chegam ao ensino médio não atingem um nível de aprendizagem satisfatória e isso tem a ver com o trabalho com esses equipamentos no processo educacional. Esse teste é como colocar um termômetro no paciente que está com febre sem ir fundo no diagnóstico”, opina Gilda.

A professora aponta o contingenciamento e a má gerência dos recursos na educação pública como o problema, em comparação ao investimento das escolas privadas.

“O valor pago em uma escola particular é elevado. O direito ao acesso à educação de qualidade deveria ser o mesmo para todos”, ressalta.

Segundo o professor da Ufes e especialista em avaliação de Sistemas Educacionais, Edebrande Cavalieri, além da estrutura educacional, a formação dos professores e a participação familiar nos estudos também são fatores importantes.

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“O ambiente familiar, o acesso à informação, leitura, esses dados que estão no entorno exercem influência no desempenho dos alunos”, avalia. (Sullivan Silva)

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