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Em dificuldade financeira, empresa atrasa obras de rodovias no ES

Em dificuldade financeira, empresa atrasa obras de rodovias no ES

Uma delas, a Rodovia Leste-Oeste, tem sua conclusão aguardada há pelo menos uma década

Publicado em 8 de junho de 2018 às 00:22

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Na Rodovia Leste-Oeste, trecho sem pavimento. (Marcelo Prest)

As dificuldades financeiras de uma empresa levaram ao atraso de três grandes obras rodoviárias executadas em Cariacica, na Grande Vitória. Uma delas, a Rodovia Leste-Oeste, tem sua conclusão aguardada há pelo menos uma década. E a meta do governo era de que as três fossem entregues até o final do ano.

De acordo com Enio Bergoli, diretor geral do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), a empresa RDJ Engenharia, que enfrenta uma recuperação judicial (quando uma companhia endividada é acompanhada pela Justiça), é responsável pelos contratos da Leste-Oeste; do Corredor Sudeste (Avenida Alice Coutinho), que fará a ligação dessa rodovia à BR 262; e da Rodovia José Sette.

Empresas nesta condição, explica Bergoli, têm dificuldades para comprar insumos no mercado – como material para pavimentação –, necessários para a realização das obras. “É o motivador dos atrasos”, explica.

Ele relata que o governo possui recursos em caixa para fazer os pagamentos, mas que eles só são realizados por etapas, após a conclusão e a medição da obra, uma espécie de checagem do que foi feito e se estava dentro dos parâmetros do projeto.

O problema, segundo Bergoli, é que, desde 2013, após uma decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE-ES), há uma obrigatoriedade de que o DER permita a participação nas licitações de empresas em recuperação judicial. “Antes, estas empresas eram excluídas do processo licitatório. Mas agora cumprimos o que determina o acórdão do TCE.”

No caso da Leste-Oeste, obra iniciada em 2007, apesar das dificuldades que a empresa enfrenta para concluir as obras, o DER estima poder liberar totalmente a via para o tráfego em 60 dias. “Se o tempo permanecer bom”, acrescenta Bergoli, lembrando que este foi um dos motivos de atraso na obra ao longo dos anos. Aliado ainda às dificuldades com desapropriações e as interferências urbanas (redes de saneamento, dados, energia, dentre outras, existentes no caminho).

Em paralelo, continuará sendo tocado o projeto final da Leste-Oeste, que inclui limpeza, sinalização, melhorias em trechos já entregues e a terraplenagem para o acesso ao Hospital de Cariacica, previsto para 2019.

As outras duas obras também já enfrentam atrasos em seus cronogramas. A José Sette, segundo Bergoli, ainda possui alguns trechos difíceis de serem vencidos, assim como o Corredor Sudeste. A expectativa do DER é de que a empresa possa superar os atrasos no cronograma, mas há a possibilidade de que as conclusões destas obras fiquem para 2019.

VAI E VEM DE OBRAS E PRAZOS

Leste-Oeste

Muitos prazos

2007: Início das obras da Rodovia Leste-Oeste. A previsão de conclusão anunciada era em 2009 e o investimento seria de R$ 70 milhões. No ano seguinte, o prazo passou para 2010 e o custo para R$ 150 milhões.

2011: O prazo de conclusão foi alterado para 2013, e depois para 2015. O valor das obras passou para R$ 180 milhões.

2015: Em abril deste ano, por falta de recursos, diversas obras foram paralisadas, incluindo a Leste-Oeste. No final do ano, as obras foram retomadas e foi anunciado novo prazo de conclusão da obra: março de 2016, e depois, 2017.

2017: Mais um prazo: fevereiro de 2018. O custo também aumentou: R$ 300 milhões.

2018: De fevereiro passou para abril e, agora, se o tempo apresentar condições que permitam a pavimentação, a expectativa é de que o tráfego seja liberado na via em agosto. Restará ainda o contrato do projeto final, que inclui limpeza, sinalização, melhorias em trechos já entregues e a terraplenagem para o acesso ao futuro Hospital de Cariacica, em 2019.

José Sette

Atrasos

2011: Assinada a ordem de serviço. Na ocasião, o DER anunciou que o custo da obra seria de R$ 15,5 milhões. E o prazo de entrega era 2013.

2015: Por falta de recursos, ela foi incluída entre as obras que tiveram que ser paralisadas.

2018: Segundo o DER, ainda há trechos de obras difíceis que precisam ser vencidos. A meta é concluir em 2018, mas a estimativa é de que esta data seja prorrogada para 2019.

Corredor Sudeste

Expectativa

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2018: A Avenida Alice Coutinho tinha sua conclusão prevista para o final de 2017, adiado para este ano. Mas a estimativa é de que fique para 2019.

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