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Espírito Santo confirma caso de Febre do Nilo

Espírito Santo confirma caso de Febre do Nilo

Cavalos foram contaminados em abril deste ano, no norte do estado, e depois morreram vítimas da doença. Há estado de atenção para a possível contaminação de humanos

Publicado em 6 de junho de 2018 às 12:33

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descoberta de que cavalos morreram contaminados no Espírito Santo motivou a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) a enviar uma 'nota técnica' aos profissionais de saúde de todo o Estado. (TV Gazeta)

O Espírito Santo registrou o primeiro caso de Febre do Nilo Ocidental em cavalos e, agora, está em estado de atenção para a possível contaminação de humanos. De acordo com o Núcleo Especial de Vigilância Epidemiológica, os cavalos foram contaminados em abril deste ano, no Norte do estado, e depois morreram vítimas da doença. Amostras coletadas dos cavalos foram analisadas pelo Instituto Evandro Chagas e pela Universidade Federal de Minas Gerais. O resultado foi positivo para Febre do Nilo Ocidental.

A Febre do Nilo Ocidental é uma doença causada por um vírus do gênero 'Flavivírus' e transmitida principalmente pela picada de mosquitos Culex, popularmente conhecido como pernilongo. É uma infecção viral que pode surgir sem sintomas ou com diferentes sintomas e graus de gravidade, que variam desde febre e dor muscular até encefalite grave. As formas graves ocorrem com maior frequência em idosos. Assim como dengue, zica e chikungunya, o vírus da Febre do Nilo Ocidental pode causar manifestações neurológicas como encefalite, meningite, síndrome de Guillan-Barré, entre outras.

A descoberta de que cavalos morreram contaminados no Espírito Santo motivou a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) a enviar uma 'nota técnica' aos profissionais de saúde de todo o estado com informações e procedimentos de vigilâncias em relação a doença.

"Mediante situação epidemiológica da doença, principalmente em locais em que há um aumento nos números de notificações sugestivos de arboviroses, solicitamos atenção aos profissionais de saúde, especialmente entre pacientes que desenvolvam quadros neurológicos virais ou bacterianos, tais como: encefalite, meningoencefalite, síndrome de Guillan-Barré, entre outros, que seja observado o diagnóstico diferencial com a infecção pelo VNO (Vírus do Nilo Ocidental)", diz um trecho da nota técnica da Sesa.

A nota técnica da Sesa inforna que nos anos 1990 pequenos surtos de Febre do Nilo Ocidental foram registrados nas Américas e epidemiais maiores foram registradas em países da África, Europa e em Israel. Entretanto, a partir de 1999, os Estados Unidos registraram milhares de casos. Depois, a doença foi detectada no Canadá e em países da América Central. Nos últimos 15 anos foram divulgadas evidências de circulação do vírus em alguns países da América do Sul.

No Brasil, a partir de 2003, o Ministéro da Saúde incluiu a Febre do Nilo Ocidental na Lista Nacional de Doenças e Agravos de Notificação Compulsória. Em 2011, o vírus foi encontrado nas regiões amazônica e do Pantanal. De acordo com a nota técnica da Sesa, é possível que o vírus tenha sido introduzido no Brasil por aves silvestres migratórias provenientes do hemisfério norte ou de outros países da América do Sul. Em 2014, foi confirmada a presença do vírus em mosquitos do gênero Culex, em aves domésticas, em cavelos e no líquor humano no interior do Piauí.

TRANSMISSÃO

A Febre do Nilo Ocidental é uma doença causada por um vírus do gênero 'Flavivírus' e transmitida principalmente pela picada de mosquitos Culex, popularmente conhecido como pernilongo. (Reprodução)

De acordo com o Ministério da Saúde, o vírus do Nilo Ocidental é transmitido por meio da picada de mosquitos infectados. Os hospedeiros naturais são algumas espécies de aves silvestres, que atuam como amplificadoras do vírus (viremia alta e prolongada) e como fonte de infecção para os mosquitos. Também pode infectar humanos, equinos, primatas e outros mamíferos. O homem e os equídeos são considerados hospedeiros acidentais e terminais, uma vez que a viremia se dá por curto período de tempo e em níveis insuficientes para infectar mosquitos, encerrando o ciclo de transmissão.

Outras formas mais raras de transmissão já foram relatadas e incluem transfusão sanguínea, transplante de órgãos, aleitamento materno e transmissão transplacentária. A transmissão por contato direto já foi demonstrada em laboratório para algumas espécies de aves. Não há transmissão de pessoa para pessoa.

SINTOMAS

Estima-se que 20% dos indivíduos infectados desenvolvam sintomas, na maioria das vezes leves. A forma leve da doença caracteriza-se por febre aguda de início abrupto, frequentemente acompanhada de mal-estar, anorexia, náusea, vômito, dor nos olhos, dor de cabeça, mialgia, exantema máculo-papular e linfoadenopatia.

O período de incubação intrínseca - tempo entre a infecção do hospedeiro e a manifestação de sinais e sintomas - nos humanos varia de 3 a 14 dias após a picada do mosquito e pode apresentar manifestação subclínica ou com sintomatologia de distintos graus de gravidade, variando desde febre passageira - acompanhada ou não de mialgia (dor muscular) - até sinais e sintomas de acometimento do sistema nervoso central com encefalite ou meningoencefalite grave. As formas mais graves ocorrem com maior frequência em indivíduos com idade superior a 50.

TRATAMENTO

Não existe vacina ou tratamento antiviral específico para a Febre do Nilo Ocidental. O tratamento é sintomático para redução da febre e outros sintomas. Os casos mais graves, frequentemente, necessitam de hospitalização para tratamento de suporte, com reposição intravenosa de fluidos, suporte respiratório e prevenção de infecções secundárias, além de tratamento específicos para pacientes com quadros de encefalites ou meningoencefalite em sua forma severa.

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