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Estudo vai desvendar impacto da tragédia de Mariana no Rio Doce

Estudo vai desvendar impacto da tragédia de Mariana no Rio Doce

Fundação Renova, mantida por Samarco, Vale e BHP, investirá R$ 120 milhões

Publicado em 19 de junho de 2018 às 00:38

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Rio Doce em Linhares. (Secom | Felipe Reis.)

O Rio Doce – da divisa com Minas Gerais até Linhares –, além de cerca de 520 quilômetros da costa capixaba e baiana, serão de um amplo estudo que visa mensurar a dimensão do impacto causado pela tragédia de Mariana. Em novembro de 2015, o rompimento da barragem do Fundão, que armazenava rejeitos de mineração, pôs fim a cidades ribeirinhas, a vida no rio e a de 19 pessoas.

Estudo vai desvendar impacto da tragédia de Mariana no Rio Doce

Foi o maior desastre ambiental do país. O estudo quer agora identificar a magnitude desta tragédia: se os efeitos continuam se propagando, se está restrito ao rio, a foz ou a costa. “Vamos ter um retrato de como estão esses ambientes, se as alterações já detectadas permanecem, se as ações de reparação e recuperação precisam ser incrementadas ou se outros estudos devem ser feitos”, relata Bruno Pimenta.

Ele é o responsável pelas ações de biodiversidade da Fundação Renova. A instituição, mantida pela Samarco e suas acionistas Vale e BHP, é responsável pelos programas e ações de reparação e compensação socioeconômica e socioambiental da tragédia.

ESTUDO

O chamado monitoramento da biodiversidade do Doce terá início em setembro, quando os pesquisadores saem a campo. “O grupo de pesquisa terá 60 dias para comprar equipamentos, material e para montar suas equipes”, conta Pimenta. Para esta etapa está previsto um investimento de R$ 120 milhões.

No Estado será monitorado todo o Rio Doce - de Minas até Linhares. O trabalho contempla ainda o litoral capixaba: da foz até Guarapari, e da foz até Porto Seguro, na Bahia.

De acordo com Pimenta, serão 200 pontos de checagem da biodiversidade, onde serão estudados de bactérias a baleias, além da qualidade da água, sedimentos, condições de marés e ondas, manguezais e restingas.

Vão ser feitas análises da concentração de contaminantes em diversos organismos, entre eles peixes e camarões. Também vão ser coletados cerca de 43 mil amostras de água, sedimentos, animais e vegetais.

A primeira fase vai até agosto do próximo ano. A partir daí vão ser liberados os primeiros resultados, com validação dos órgãos ambientais (Iema, ICMbio, Ibama e Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais). Em paralelo os trabalhos de monitoramento vão continuar por mais quatro anos.

Na avaliação de Bruno Pimenta, este é um dos maiores estudos já realizados no país. “Teremos um banco de dados sobre o rio a e costa numa amplitude e escala nunca realizada. Um legado sem precedentes para as instituições, com informações detalhadas sobre a biodiversidade da região”, explicou.

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A Fundação Espírito-Santense de Tecnologia (Fest) - que não retornou aos contatos feitos pela reportagem - foi contratada para gerir os recursos e contratar as instituições que vão formar os grupos de pesquisa. Devem participar do projeto universidades do Norte, Nordeste, Sudeste e Sul.

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