> >
Laboratório pode ser punido por jogar seringas com sangue em rio

Laboratório pode ser punido por jogar seringas com sangue em rio

Investigação identificou que empresa, cujo nome não foi divulgado, não é de Santa Maria de Jetibá

Publicado em 13 de junho de 2018 às 01:51

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Pescadores e moradores da região próxima da barragem do Rio Bonito encontraram caixas e sacos com as amostras descartadas de forma irregular no local. (Reprodução/vídeo do leitor)

Caixas com amostras de sangue foram descartadas de forma irregular na barragem do Rio Bonito, em Santa Maria de Jetibá. A prefeitura recolheu o lixo hospitalar e após uma investigação identificou o responsável pelo descarte irregular, que pode ser punido. O laboratório não é da cidade, portanto, o caso deve ser encaminhado para o município onde a empresa atua.

O nome do laboratório e a cidade onde ele presta serviço não foram divulgados pela Vigilância Sanitária de Santa Maria de Jetibá para não atrapalhar o andamento da investigação. “A gente identificou o nome do laboratório e os nomes dos pacientes. Isso ajudou a chegar aos culpados pelo descarte”, explicou o gerente da Vigilância Sanitária de Santa Maria de Jetibá, Wallas Patrick Hammer, acrescentando que o caso segue sob sigilo.

“Nós queremos identificar por que foi jogado, quem jogou e qual o objetivo desse descarte. A punição da empresa vai ser feita pela Vigilância Sanitária do município. Cada município tem sua maneira de atuar”, observou Wallas.

DESCARTE

O lixo foi encontrado por moradores no último sábado, mas no último domingo pescadores voltaram a se deparar com as caixas no mesmo local. Seringas, agulhas, tubos com sangue e documentos estavam entre o lixo.

“O pessoal da prefeitura passou, mas acabamos de achar uma caixa cheia de sangue próximo ao paredão da barragem de Santa Maria de Jetibá”, disse um pescador, que preferiu não se identificar.

A Prefeitura de Santa Maria de Jetibá informou que recolheu todo o material e o armazenou de forma adequada até que as investigações sejam concluídas.

A Secretaria de Saúde de Santa Maria de Jetibá diz que uma investigação foi aberta para apurar o caso e que já sabe que o material não é de nenhum laboratório do município. Documentos encontrados nas caixas estão sendo usados na investigação.

A Secretaria do Estado de Saúde (Sesa) informou que esse tipo de material deve ser identificado como material infectante e descartado em aterros sanitários licenciados. A Sesa explicou, ainda, que a fiscalização é de responsabilidade de cada município.

ABASTECIMENTO

Procurada, a Cesan informou que monitora rigorosamente a qualidade da água e não houve nenhuma alteração devido ao descarte irregular. Portanto, a rotina de abastecimento das regiões atendidas pelo sistema Santa Maria continua sem mudanças.

IEMA NÃO FOI ACIONADO PARA FISCALIZAR LOCAL 

Até o momento, o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) não foi procurado pela Prefeitura de Santa Maria de Jetibá para relatar sobre o descarte irregular de lixo hospitalar na barragem de Rio Bonito nos últimos dias. A informação foi confirmada na noite de ontem pelo diretor-presidente do Iema, Jader Mutzig Bruna.

Ainda segundo Jader, ele ficou sabendo da situação em Santa Maria de Jetibá por meio da demanda sobre o assunto feita ao Iema pela reportagem. “Agora eu vou acionar minha equipe de fiscalização para que ela se articule com a Prefeitura de Santa Maria de Jetibá para prestar todo apoio necessário para averiguar os fatos.”

Este vídeo pode te interessar

Jader ressaltou que após a fiscalização, o Iema vai aplicar as normas legais cabíveis. “Nossos fiscais são experientes e vão apurar se ficou algum solo contaminado, se teve algo que realmente agrida o meio ambiente, pois a nossa competência é exclusivamente a questão ambiental”, completou.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais