O soldado da Polícia Militar, Nero Walker, foi expulso da corporação nesta quinta-feira (21). Esta é a 17ª exclusão de militares que participaram da greve realizada em fevereiro do ano passado. Os 22 dias do movimento levou ao caos no Estado e resultou na morte de 219 pessoas.
De acordo com a decisão, publicada no Boletim Geral da PM, na noite desta quinta-feira (21), Nero apresentou "conduta que afetou gravemente o sentimento de dever, a honra pessoal, o pundonor militar e o decoro da classe". É relatado ainda que ele incitou policiais militares ao aquartelamento por meio de vídeos e postagens em redes sociais. Em uma delas é relatado que ele chegou a desrespeitar o comandante da corporação.
Outra informação é a de que ele teria ameaçados policiais do antigo Batalhão de Missões Especiais - hoje denominado Cimesp - que participaram de uma operação realizada no dia 23 de fevereiro do ano passado. É relatado ainda, na mesma decisão, que Walker percorreu diversas unidades da PM, que estavam bloqueadas pelo movimento paredista, onde registrou vídeos. "O militar demonstra o seu apreço e apoio ao movimento paredista e incita os militares a permanecerem no aquartelamento", diz o texto da decisão.
É apontado ainda que as ações do militar foram de encontro aos esforços empreendidos na ocasião pelos órgãos de segurança para garantir o maior número de militares no policiamento ostensivo. É citado que houve, inclusive, "uma postagem com severa ameaça a quem se opusesse ao movimento paredista", destaca o texto.
Além da expulsão dos quadros da PM, chamada de decisão administrativa, por ocorrer no âmbito da corporação, Nero Walker responde ainda a Inquérito Policial Militar, que tramita na Justiça Militar, e ainda a ação criminal, que tramita na 4ª Vara Criminal de Vitória.
OUTROS
No último dia 14, seis militares que pertenceram à antiga Ronda Ostensiva Tática Motorizada (Rotam) também foram expulsos da Polícia Militar em decorrência da participação na greve. A decisão também foi publicada no Boletim Geral da PM.
De acordo com o documento, os soldados Vinícius Costa Loureiro, Wenderson Gonçalves da Silva, Wolney da Silva Teixeira, Washington Ribeiro Araújo, Werick Ramos Mendes e Jean Vitor dos Santos Azeredo "permaneceram no interior da Rotam até o dia 24 de fevereiro de 2017, momento em que o portão principal da unidade foi liberado". Dessa forma, os militares "deixaram de cumprir ordem legal emanada pelos seus superiores hierárquicos" e, por isso, acabaram expulsos.
A reportagem entrou em contato com a Associação dos Cabos e Soldados da PM, cujos advogados fazem a defesa do militar Nero Walker, mas ainda não obteve retorno.
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