Depois de várias desapropriações e 13 demolições, o projeto do Portal do Príncipe, na região da Ilha do Príncipe, em Vitória, hoje só dá lugar ao mato. Arrastando-se há 10 anos, a ideia não saiu do papel por falta de recursos. Enquanto isso, o trânsito no acesso à Capital pela Segunda Ponte e pelas Cinco Pontes parece só piorar a cada dia, e o abandono do espaço atrai usuários de drogas e criminosos.
A licitação do projeto da primeira etapa do Complexo Viário Portal do Príncipe foi lançada em novembro de 2013. O projeto, no entanto, é de 2008. As obras incluiriam um viaduto saindo do Porto de Vitória e passando por cima da Avenida Elias Miguel, desembocando nas Cinco Pontes e na Segunda Ponte para passagem de caminhões e carretas. O projeto também prevê a ampliação da Elias Miguel.
Além de mato, há também muito lixo, desde sapatos que foram descartados a entulho que é jogado irregularmente. Algumas placas de uma rua paralela à Avenida Elias Miguel somem em meio ao mato. Na região havia um viaduto perto da rodoviária, onde existiam várias árvores, que foram cortadas para o projeto. A área hoje, no entanto, também está cheia de mato.
Quem passa pela região tem sensação de abandono do local e também medo. O autônomo Bemvindo Brás Angeli, 67, acredita que falta responsabilidade. Precisam organizar melhor aqui. Fica feio para a cidade e deixa o pessoal de rua tomar conta. É até perigoso andar por aqui a pé.
A previsão inicial era de que as obras começassem em janeiro de 2014, com conclusão até o final de 2015. A última demolição de edifícios na região, no entanto, aconteceu há três anos e, desde então, nada mais foi realizado no local.
RECURSOS
A Secretaria Estadual dos Transportes e Obras Públicas (Setop) disse que está aguardando a liberação dos recursos já aprovados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para licitar a obra do complexo viário, estimada em R$ 34,5 milhões. Segundo a secretaria o projeto ainda está em desenvolvimento no Departamento de Estradas de Rodagem (DER).
Em 2016, o Estado previa para o orçamento de 2017 o início das obras, algo que também não aconteceu. Segundo a Setop, o processo de reprogramação do contrato de financiamento está em andamento no BNDES desde 2015. As várias mudanças realizadas na diretoria do banco, em função da crise política nacional, atrasaram a aprovação do empréstimo de R$ 530 milhões para as obras de mobilidade urbana, afirmou, em nota.
Procurado, o BNDES esclareceu que houve alteração de escopo e valor do projeto, solicitadas pelo Estado após a mudança do governo do Espírito Santo. As modificações já foram aprovadas pela Diretoria do BNDES e está pendente, apenas, a anuência da Secretaria do Tesouro Nacional para que haja a liberação dos recursos.
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