> >
Prevenção ao suicídio: ajuda pode vir por telefone

Prevenção ao suicídio: ajuda pode vir por telefone

A ligação para o Centro de Valorização da Vida é gratuita e o sigilo garantido; veja como ser um voluntário

Publicado em 13 de junho de 2018 às 18:22

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
(Freepik | Jannoon028)

Foram cinco horas de interdição na Terceira Ponte que terminaram com uma vida salva. Embora parte da população tenha enfrentado trânsito na Grande Vitória, policiais militares e bombeiros conseguiram, após muita negociação, evitar que um homem atentasse contra a própria vida. Nesses casos, a prevenção do suicídio pode ser feita também por telefone. Para isso, basta ligar 188.

O número é nacional e corresponde ao Centro de Valorização da Vida (CVV), uma ONG que funciona 24 horas por dia em todo Brasil. O que eles fazem? Escutam e oferecem, por meio de conversa telefônica, apoio emocional para quem precisa de ajuda. A ligação é gratuita.

"É um trabalho de apoio emocional e consequentemente faz prevenção do suicídio. Nossa escuta é diferenciada na perspectiva de que damos liberdade para a pessoa poder falar tudo que ela quiser. Ouvimos com respeito, consideração e tratamos essa pessoa com a crença de que todo ser humano é capaz de encontrar soluções para as suas questões interiores. Ele tem dentro de si todas as respostas. Nós acompanhamos o diálogo dessa pessoa, ouvimos mais do que falamos. Falar de suas questões faz a prevenção do suicídio", explica Ângela, 61 anos, voluntária do CVV há três anos.

No CVV o anonimato é garantido, e até por isso, os voluntários não divulgam o sobrenome. São 2.400 voluntários em todo o Brasil, que atendem cerca de 7 mil ligações por dia de toda parte do país. Em 2017 foram 2 milhões de atendimentos, o dobro de 2016. 

"Esse número é nacional, uma parceria com o Ministério da Saúde para funcionar em todo país de forma gratuita. É gerado de qualquer ponto do país e pode ser atendido de qualquer ponto do país também.  São três mil voluntários no país que fazem essas escuta fraterna, ouvindo a pessoa no momento que ela necessita falar, com sigilo absoluto, anonimato e toda a disponibilidade de tempo que ela precisa para desabafar", esclarece Ângela, que também atua na coordenação do CVV em Vitória.

CURSO PARA SER VOLUNTÁRIO

Os atendentes do 188 são todos voluntários, pessoas comuns que passaram por um curso antes de estarem aptas para participar do CVV. O único pré requisito é ser maior de 18 anos. No Espírito Santo são 60 voluntários, número que ainda é considerado pequeno. Como a ligação é gratuito e o trabalho tem sido muito divulgado, o número de ligações só aumenta e a expectativa é que em 2018 o número de atendimento passe de 2,5 milhões.

"Temos uma quantidade de ligações muito grande, precisamos de mais voluntários. Não há pré requisito de formação profissional. São pessoas comuns, que passam por uma capacitação que dura 12 semanas e se colocam a disposição ouvir quem quer conversar, de forma fraterna, acolhedora, sem julgamento, cobrança ou conselho", afirma.

Quem desejar ser voluntário deve fazer um cadastro no site e informar a cidade onde pretende atuar. A partir disso, o posto do CVV da cidade selecionada vai entrar em contato com a pessoa e convidá-la para um curso. Após a capacitação, o voluntário passa, então, a tender as ligações do 188.

Este vídeo pode te interessar

 Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, 90% dos casos de suicídio podem ser prevenidos. Há grupos para apoiar e auxiliar pessoas com qualquer desconforto emocional. Procure ajuda profissional ou voluntária: disque 188 

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais