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Protesto da CUT bloqueia passagem de ônibus no Centro de Vitória

Protesto da CUT bloqueia passagem de ônibus no Centro de Vitória

Coletivos do sistema Transcol, Seletivo e ônibus municipais de Vitória ficaram parados em fileiras, ocupando duas faixas da via

Publicado em 21 de junho de 2018 às 11:29

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Uma manifestação de rodoviários interditou o trânsito em duas faixas na Avenida Jerônimo Monteiro, no Centro de Vitória, na manhã desta quinta-feira (21). A motivação foi a impugnação de quatro membros de uma chapa de oposição, ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), que disputa a presidência do Sindicato dos Rodoviários do Estado (Sindirodoviários-ES). As eleições acontecem no próximo mês.

Segundo integrantes do movimento, 57 pessoas participaram do ato. Eles são integrantes e apoiadores da chapa. A Guarda Municipal e a Polícia Militar não fizeram nenhuma estimativa. Coletivos do sistema Transcol, Seletivo e ônibus municipais de Vitória foram parados por integrantes do movimento. Os coletivos formaram uma fila ao longo da avenida, ocupando duas faixas da via.

O trânsito fluiu por apenas uma faixa, causando congestionamento para quem seguia em direção ao Centro de Vitória. Por volta de 9h a manifestação foi encerrada e o tráfego voltou a fluir. Reveja a transmissão ao vivo do Gazeta Online:

A recepcionista Ana Maria Miranda, de 59 anos, esperava no ponto de ônibus da Praça Oito para ir para o trabalho, em Santo Antônio, também na Capital. Ela não concorda com a motivação da manifestação. “Já tem quase uma hora que estou aqui. Acho que isso poderia ser resolvido entre eles e não atrapalhar a gente de ir para o trabalho”, falou.

Protesto da CUT bloqueia passagem de ônibus no Centro de Vitória

REFLEXOS NO TRÂNSITO

O tráfego ficou lento na Avenida Vitória até a entrada para a Avenida Marechal Campos, e na Beira Mar até a Prefeitura Municipal de Vitória (PMV). Em alguns momentos o trânsito ficava totalmente parado, principalmente nos acessos para o Centro da Capital.

Zuleica disse que gastou quarenta minutos de Jucutuquara até o Centro, mesmo depois que a manifestação já havia acabado . (Kaique Dias)

A costureira Zuleica Machado, de 47 anos, não sabia a motivação da manifestação e ficou agarrada no trânsito. “Vim de Jucutuquara até aqui. Gastei uns 40 minutos e não estou sabendo até agora o que está acontecendo. Infelizmente a gente sofre porque não entende o motivo. Mas infelizmente é cada um lutando pelos seus direitos”, salientou.

IMPUGNAÇÃO DE MEMBROS DE CHAPA

Um dos organizadores do movimento, o rodoviário Miguel Leite, explica que a comissão eleitoral do Sindirodoviários barrou membros da Chapa 3, que concorre para a presidência do sindicato. São 19 membros, no total, sendo que quatro - incluindo Miguel - não podem concorrer pela decisão.

“A Chapa 1 e a Chapa 2 são as mesmas do sindicato (da atual diretoria). Impugnaram a mim, o presidente da chapa e outros três membros. Deixaram só 15 membros e queremos concorrer com todos os membros para que deixem que o trabalhador escolher quem conduz o sindicato por mais cinco anos”, explicou.

Um dos advogados que defende a Chapa 3, Rafael Burini, relata que a decisão de impugnação é por vários motivos, entre eles a não comprovação de contribuição durante seis meses para o sindicato - requisito para participar do processo eleitoral. Mas ele garante que houve decisão da Justiça para participação dos integrantes da chapa. 

“Temos candidatos que foram reintegrados ao sindicato por processos judiciais e foi garantida a participação ampla. A comissão excluiu esses candidatos sem motivação justa ou real e só impugnaram os que fazem oposição à atual diretoria”, disse.

Segundo a defesa, medidas judiciais foram pedidas para os candidatos que foram reintegrados ao sindicato por decisões judiciais e para outros dois que também foram afastados.

Segundo o presidente da comissão eleitoral, Roberto Argolo, o processo é democrático, visto que a inscrição da Chapa 3 foi aceita. Segundo ele todas as decisões de impugnação foram baseadas no estatuto e que foi permitido que a defesa enviasse os argumentos contra essa decisão. 

“Se preocuparam em bater na comissão e não fizeram nem a defesa. Não juntaram documentos, como os comprovantes de mensalidade. Não fizeram nada disso, mas a comissão está de cabeça erguida porque se baseou no estatuto social e na documentação que tinha, além da legislação”, acrescentou.

SINDIRODOVIÁRIOS

O presidente do Sindicato dos Rodoviários do Estado (Sindirodoviários) disse que o sindicato é independente da comissão eleitoral, mas que não concorda com o ato. “Eu acho que o que aconteceu hoje foi um absurdo. Tem que respeitar o estatuto da entidade. Se você não preenche os requisitos mínimos para ser candidato, não tem como concorrer. Tem candidatos fortes que não concorrerão”, declarou.

Bastos também disse que muita gente foi prejudicada e espera que os órgãos públicos não cobrem do sindicato. “Quero saber quem vai responder por isso. Muitas vezes cobram do sindicato”, completou.

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Com informações de Rizia Alvarenga e Caique Verli

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