> >
Seis soldados da Rotam são expulsos da PM por participação na greve

Seis soldados da Rotam são expulsos da PM por participação na greve

Segundo a decisão, mesmo com o portão do Batalhão liberado, os soldados se recusaram a deixar o local para o patrulhamento na rua

Publicado em 15 de junho de 2018 às 13:44

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Comando da PM resolveu acabar com a Ronda Ostensiva Tática Motorizada (Rotam). (Bernardo Coutinho/Arquivo)

Seis soldados da extinta Ronda Ostensiva Tática Motorizada (Rotam) foram expulsos da Polícia Militar do Espírito Santo nesta quarta-feira (14) em decorrência da participação na greve de fevereiro de 2017. A decisão foi publicada no Boletim Geral da PM desta quinta-feira (15). 

De acordo com o documento, os soldados Vinícius Costa Loureiro, Wenderson Gonçalves da Silva, Wolney da Silva Teixeira, Washington Ribeiro Araújo, Werick Ramos Mendes e Jean Vitor dos Santos Azeredo "permaneceram no interior da Rotam até o dia 24/02/2017, momento em que o portão principal da unidade foi liberado". Dessa forma, os militares "deixaram de cumprir ordem legal emanada pelos seus superiores hieráquicos" e, por isso, acabaram expulsos.

O QUE DIZ A ASSOCIAÇÃO

Para o presidente da Associação de Cabos e Soldados, sargento Renato Martins, há uma série de contradições nas acusações aos militares.

"O nosso jurídico está defendendo praticamente todos esses militares. Segundo os nossos advogados, existe uma série de falhas dentro dos processo. As mulheres são acusadas de impedirem os policiais de saírem e, nesses mesmos processos, os militares são acusados de não saírem do batalhão. Se as mulheres impediam de sair, como eles podem ser acusados de não querer sair para trabalhar? Estão ignorando alegações desses militares em relação à participação de comandantes do Batalhão. Alguns militares alegam que a esposa do comandante do Batalhão era uma das manifestantes e isso está sendo ignorado. Os policiais não teriam se recusado a sair, mas sim teriam sido encorajados, orientados a permanecer dentro do quartel pelos comandantes. Estamos muito seguros que, através da via judicial, vamos reverter todas essas expulsões", afirmou.

Ainda segundo o sargento Renato, o número de expulsões pode crescer e outros cinco militares devem ser afastados das funções nos próximos dias. "A gente tem conhecimento de que 11 relatórios já foram concluídos. Desses 11, o comandante já avaliou e concordou com a expulsão de seis. temos agora a possibilidade de mais cinco expulsões. Não é certeza, mas pela postura que tem sido adotada, a expectativa é que sejam excluídos. E há ainda outros processos atrasados, que ao final podem ou não resultar em mais expulsões", explicou ele, antes de completar.

"Todas as expulsões que estão acontecendo tem gerado tristeza, revolta interna, e fatalmente isso influencia no fator emocional da tropa, e pior, no sentimento de injustiça, de ser alvo de vingança do Governo. Ano passado isso se traduziu num aumento de suicídios, com cinco militares que não aguentaram e pressão e se mataram. Depois de fevereiro de 2017, nós tivemos um aquartelamento de 26 dias no Rio Grande do Norte, onde governo, Ministério Público, judiciário e outros orgãos fizeram um termo de ajustamento de conduta e imediatamente os colegas voltaram ao trabalho. Aqui, a mesma categoria é tratada de forma bem diferente. Como pode a gente ser tratado como se bandido fosse?"

"A PM JAMAIS NEGLIGENCIARÁ SEUS VALORES"

Por nota, a Polícia Militar confirmou o desligamento dos seis militares em virtude dos desdobramentos referentes a fevereiro de 2017.

"A PM considera seus valorosos integrantes como primordiais para a construção de uma sociedade mais harmoniosa e pacífica. Em respeito a esses profissionais, a instituição jamais negligenciará seus valores: a hierarquia e a disciplina, fundamentos que norteiam a boa conduta profissional. Reafirmamos nosso compromisso com o povo capixaba", diz a nota.

Este vídeo pode te interessar

Seis soldados da Rotam são expulsos da PM por participação na greve

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais