Com as urnas e votos recolhidos após a comissão eleitoral ter decidido pela suspensão da apuração da eleição, e com a determinação da Justiça para a adiar o processo, a definição sobre o futuro comando do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Espírito Santo (Sindirodoviários) vai depender do andamento do caso na Justiça.
De acordo com o motorista Miguel Ferreira Leite, candidato a presidente pela chapa 3 - oposição ao atual comando do sindicato -, o grupo espera o posicionamento da Justiça nesta segunda-feira (16) para saber quais os rumos da eleição.
"Eles perderam a eleição de lavada, e quiseram parar a contagem. Tentaram dar um golpe e retirar as urnas de lá. Mas nosso advogado pediu na Justiça que o material fosse recolhido e avaliado. Agora é esperar para ver o que a Justiça vai dizer. A Justiça vai notificar a comissão (eleitoral) para eles lavrarem a ata. A partir daí, é com o jurídico. Nossa parte era conseguir o maior número de votos, e conseguimos", afirmou Leite.
A reportagem tentou contato com o presidente da comissão eleitoral, Roberto Argolo, para saber os rumos da eleição a partir de agora, mas ele não atendeu as ligações até a publicação da matéria.
APURAÇÃO INTERROMPIDA
A apuração dos votos começou por volta de 7 horas deste sábado (14), mas pouco antes de 11 horas o presidente da comissão eleitoral, Roberto Argolo, comunicou aos membros das três chapas concorrentes João Luiz Alves (1), Marcelo Cardoso dos Anjos (2) e Miguel Leite (3) que a apuração havia sido adiada. Ele disse que havia uma suposta irregularidade em uma das 20 urnas usadas para recolher os votos dos rodoviários. De 5 mil autorizados a votar, metade participou da eleição.
Segundo Argolo, a urna colocada na garagem da empresa Unimar, na Serra, teve 226 votos, mas a ata da seção eleitoral registrava 220 assinaturas. Isso não pode acontecer, está errado. Por isso, decidi suspender a apuração. Vamos encaminhar tudo para o Ministério Público e esperar a decisão deles, disse.
Mas a chapa liderada por Miguel Leite se antecipou e recorreu à Justiça, que determinou a apreensão de todo o material da eleição. O grupo faz oposição ao atual comando do Sindirodoviários, que está no poder há 14 anos. Participantes da chapa 3 protestaram contra a suspensão da apuração em frente ao Clube dos Oficiais, em Jardim da Penha, local onde acontecia a contagem dos votos.
O clima quente entre os participantes de chapas adversárias também foi visto nos últimos dias, quando até a PM foi usada para impedir que as desavenças eleitorais atrapalhassem a circulação de ônibus na Grande Vitória, na manhã de quinta e sexta-feiras.
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