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Crianças de um até cinco anos devem tomar dose extra contra sarampo

Crianças de um até cinco anos devem tomar dose extra contra sarampo

Recém-nascidos não devem ser vacinados. Apenas a partir de um ano

Publicado em 19 de julho de 2018 às 19:20

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Estados brasileiros têm surtos confirmados de sarampo este ano. (Arquivo | Agência Brasil)

As crianças de 1 a 5 anos incompletos vão ter que tomar uma dose extra de vacina contra o sarampo em uma campanha nacional, no próximo mês. A ideia é fazer um bloqueio para evitar o avanço da doença, que já atinge seis Estados no país, pois há um risco iminente de chegar ao Espírito Santo se a cobertura vacinal não atingir 95% do público-alvo.

A campanha vai ser realizada de 6 a 31 de agosto, nas unidades básicas de saúde, com a aplicação da vacina tríplice viral que, além do sarampo, também protege contra rubéola e caxumba. Na ação, as crianças ainda serão imunizadas contra a poliomielite (paralisia infantil). 

O pediatra Ronaldo Ewald Martins, membro da comissão nacional de sarampo, destaca que a imunização é para crianças de um até cinco anos, independentemente do fato de estarem com o esquema vacinal em dia, ou seja, mesmo que já tenham sido vacinadas aos 12 meses e recebido doses de reforço aos 15 meses e aos 4 anos. "O Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) foram claros: a vacinação é indiscriminada, não importa o que foi feito antes", ressalta.

Questionado se uma criança que foi vacinada recentemente deveria tomar uma nova dose, o médico reiterou seu posicionamento. "No meu entendimento, talvez não seja necessário para uma criança que tomou há um mês. Mas, então, vão questionar: 'e para quem tomou há dois,  três meses?' Não dá para estabelecer esse nível de detalhamento. Então, todo mundo, em qualquer situação, deve procurar um posto de saúde", orienta.

Ronaldo Martins comparou o momento atual com o ano de 2008, quando foi feita uma grande campanha para imunização contra a rubéola. "Não importava se a pessoa já tinha tomado a vacina ou não. Era para todo mundo, sem discussão. Com isso, foi possível eliminar a doença. O sarampo está avançando no país sem nenhuma cerimônia e apenas a vacina pode conter a sua disseminação", reforça. "Achávamos que havia uma boa cobertura vacinal no país, e não há. Que estávamos seguros, mas não estamos", acrescenta o pediatra.

O médico afirma que o Espírito Santo está em uma rota que não será difícil aparecer alguém contaminado e, por essa razão, é tão importante vacinar as crianças, em geral mais vulneráveis diante das doenças.

Sobre os pais que optam por não vacinar seus filhos, Ronaldo Martins é enfático. "Provavelmente não vivenciaram o isolamento de um hospital, como eu durante 40 anos, vendo uma criança morrer. Convoco um desses pais a passar um mês, apenas um mês e duvido que não mude de opinião. A não ser que não tenha coração", finaliza.

ADULTOS

Embora os adultos até 49 anos também precisem se vacinar contra o sarampo, a campanha nacional que vai acontecer no mês de agosto será exclusiva para as crianças. Não há nenhuma convocação para essa parcela da população e a imunização deve ser feita conforme previsto no calendário de vacinação.

"O foco agora é voltado para as crianças", destaca o pediatra Ronaldo Ewald Martins, membro da Comissão Nacional de Sarampo.

O esquema vacinal definido pelo Ministério da Saúde é dividido por faixa etária. Para os adolescentes e adultos até 29 anos, são necessárias duas doses da tríplice viral, que imuniza também contra rubéola e caxumba. Para as pessoas de 30 a 49 anos, basta uma dose.

No entanto, a vacina não é necessária para quem já foi imunizado quando criança ou contraiu a doença. "Sarampo só dá uma vez", observa o infectologista Lauro Ferreira Pinto. "É preciso conferir a carteira nacional de vacinação e, se não tiver tomado as duas doses, aí sim deve procurar se imunizar", recomenda o médico.

SAIBA MAIS

Público-alvo: Crianças de 1 a 5 anos incompletos. As que já foram vacinadas receberão dose extra.

Vacinas: Tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba) e VOP (paralisia infantil)

Quando: De 6 a 31 de agosto

Onde: Postos de saúde do município

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