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GNV: teste mostra como cilindro de gás suporta pressão em abastecimento

GNV: teste mostra como cilindro de gás suporta pressão em abastecimento

Os cilindros com autorização do Inmetro não podem ter soldas e precisam dilatar até no máximo 10%

Publicado em 11 de julho de 2018 às 20:02

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Além de não poder usar botijas de gás de cozinha no sistema de gás do carro, o veículo tem que passar por um teste a cada cinco anos. O principal deles é o teste hidrostático, em que o recipiente é preenchido com água e colocado uma pressão maior do que a dos postos de combustíveis. Se o cilindro passar no teste, ele pode continuar sendo utilizado. Entenda no vídeo abaixo:

Segundo o técnico hidrostático, Lúcio Giurizzatto, de 47 anos, a dilatação máxima de um cilindro é de até 10%. A pressão do teste é de 300 bar. “Para um cilindro explodir, ele precisa ter uma pressão de 900 bar. Nos postos, a pressão máxima é de 200 bar, aproximadamente. Um gás de cozinha não aguenta nem 60 bar”, relaciona.

O teste deve ser feito a cada cinco anos, após a instalação do gás natural no veículo. Além do teste hidrostático também é feito o teste de rosca e o teste da válvula, além do lixamento e observação cilindro para ver se não existem soldas. 

VÍDEO MOSTRA MOMENTO DA EXPLOSÃO

Um vídeo (veja abaixo) mostra o momento exato em que um carro com botijas de gás improvisadas explode em um posto de combustíveis, na noite desta terça-feira (11), em Vila Velha. No mesmo instante, parte do teto do local cai em cima do veículo.

Pelas imagens, é possível ver um frentista abastecendo o carro, um homem em pé na lateral do Escort e mais dois homens perto do automóvel. Na explosão, dois frentistas ficaram feridos, um foi atendido no posto e outro encaminhado ao hospital, mas já recebeu alta. O motorista do carro fugiu. A reportagem não tem informações sobre o estado de saúde da quarta pessoa que aparece na filmagem.

MOTORISTA VAI RESPONDER POR DOIS CRIMES

O motorista do carro é considerado foragido pela polícia. Segundo o delegado da 2°Delegacia Regional de Vila Velha, Marcelo Nolasco, o condutor do veículo cometeu dois delitos.

Delegado Marcelo Nolasco. ( Kaique Dias)

"O dono desse carro fugiu do local do crime após cometer dois delitos. Um de uma lei específica que proíbe a pessoa de usar gás em veículo sem ser devidamente licenciado, que é uma pena de 1 a 5 anos. E um, outro crime do Código Penal, que é causar explosão, colocando pessoas e patrimônio em risco, que é uma pena de três a seis anos. Essa pessoa está foragida neste momento", afirmou em entrevista na manhã desta quarta-feira (11), ao Gazeta Online, no posto em Cobilândia.

Ainda de acordo com Nolasco, a polícia está investigando quem é o dono do carro e irá atrás dessa pessoa. "Ele está em situação flagrancial".

Perguntado sobre o frentista não ter autorização para verificar se o carro tinha cilindro ou era uma botija de gás, o delegado afirmou que o funcionário não abastece diretamente no botijão.

"O frentista certamente estava de boa-fé e foi abastecer pelo motor. Acredito eu, que ele não tivesse condição de saber que era um botijão de gás em vez de um cilindro. Isso será apurado ao longo das investigações também. Mas, a princípio, o que nós temos, de forma clara, é a conduta desse motorista, que causou lesão a dois frentistas e ainda uma questão patrimonial ao posto de gasolina."

AS LEIS

O delegado detalhou as leis que motorista infringiu. "A 8176/91 é uma lei específica para questão de regulamentação desse gás natural. A pessoa não pode utilizar em um carro uma botija de gás. Isso tem que ser devidamente regulamentado, existe toda a legislação. Se a pessoa infringe isso, colocando a sociedade e o patrimônio de pessoas em perigo, ela responde. Nesse caso nós tivemos ainda uma efetividade dessa conduta onde o carro explodiu, lesionando dois frentistas e danificando o posto".

Nolasco também falou do segundo crime. "Nós temos uma outra lei específica do Código Penal em que a pessoa causa explosão, colocando pessoas e patrimônio em risco. Então nós temos duas condutas criminosas que essa pessoa respondeu de uma forma consciente, porque ela jamais poderia usar o carro nessas condições".

Por fim, o delegado explicou que as investigações estão apenas no início e que certamente a polícia irá usar as imagens de câmeras de videomonitoramento do posto.

CARRO ATINGIDO

Encarregado Victor Souza, de 26 anos, que trabalha com o dono do veículo danificado. ( Kaique Dias)

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Além do Escort que explodiu na noite desta terça-feira (10), um outro carro foi atingido. O encarregado Victor Souza, de 26 anos, que trabalha com o dono do veículo danificado, contou que o automóvel fica sempre estacionado ao lado do posto. "É do nosso funcionário. Ele todo dia deixa o carro aqui. Ontem (terça), graças a Deus, só estava o carro parado, sem ninguém dentro. Ele comentou que está impressionado com o dano. Um forte impacto, se tivesse criança aqui teria sido pior", comenta.

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