A facção criminosa PCC planeja uma série de ataques a fóruns de todo o país em busca de armas que estão guardadas pela Justiça. A suspeita é da Polícia Civil de São Paulo e foi divulgada nesta quinta-feira pelo jornal Folha de S. Paulo. No Espírito Santo, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) afirma que monitora constantemente as informações ligadas a esses grupos.
De acordo com o jornal paulistano, a suspeita surgiu através de interceptações telefônicas. Nessas ligações, membros da facção falam de uma ordem dada por comandantes do grupo para a realização de levantamento de fóruns em todo o território nacional que possam ter estoques de ferramentas, como os criminosos chamam as armas.
Essas orientações, segundo relatório policial a que a Folha teve acesso, teriam partido de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, onde está presa a cúpula da facção, incluindo Marco Camacho, o Marcola, tido como o principal chefe do PCC.
Segundo a ordem, os criminosos deveriam levantar informações sobre prédio e endereço e, em seguida, enviar fotos desses locais para auxiliá-los em futuras ações. Tais informações irão subsidiar ações da facção que visam o roubo das armas em depósitos do Poder Judiciário em todo o Brasil, diz trecho de documento obtido pela Folha.
A reportagem ouviu delegados de São Paulo que acreditam que o plano está em andamento e pode ocorrer a qualquer momento. No ano passado, 566 armas foram levadas dos fóruns de Guarujá (Baixada Santista) e Diadema (Grande São Paulo). Pelo tempo em que as investigações foram iniciadas, porém, a cúpula da Segurança descarta que esses ataques tenham relação com o plano revelado pela Folha.
ESPÍRITO SANTO
Questionada se tem conhecimento de algo que envolva esse plano do PCC no Espírito Santo, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) informou apenas que as inteligências das polícias mantêm o monitoramento constante de informações de grupos vinculados a atividades criminosas.
ARMAS NÃO FICAM EM FÓRUM NO ESTADO
Na última quinta-feira (19) foi assinado pelo Corregedor Geral de Justiça do Estado, Desembargador Samuel Meira Brasil Júnior, o Provimento Nº 11/2018, que trata do destino e da destruição de armas de fogo e munições apreendidas em processos. Em nota, o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) informou que as armas não serão mais recebidas pelos fóruns e deverão permanecer junto à autoridade policial e depois encaminhadas ao exército para destruição ou reaproveitamento.
A Justiça reforçou que o órgão tem o prazo de 60 dias após a assinatura para que as armas não entrem mais nos fóruns. "Nesse período a Polícia vai empreender toda a logística necessária. Depois disso teremos mais 120 dias para que as armas guardadas nos fóruns sejam encaminhadas para a Polícia Civil. Após a perícia, elas seguem para o exército para serem reaproveitadas ou destruídas".
SEM REGISTRO DE AÇÕES CRIMINOSAS
A nota ainda reforçou que não há nenhum registro de ações criminosas de organizações, como o PCC contra o Poder Judiciário Estadual. "Existe um trabalho contínuo de aperfeiçoamento da segurança de nossos fóruns, que hoje contam com sistemas de alarme e botão do pânico (que aciona a central de emergência); circuito fechado de TV (CFTV) com câmeras de segurança conectadas a central de monitoramento; cofres digitais utilizados pelo exército brasileiro para o armazenamento de armas de portes variados; vigilância armada 24 horas, e ainda, durante o horário de funcionamento, as unidades contam com a atuação de Policiais Militares da Reserva e detectores de metal".
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