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Prefeituras com baixa imunização vão em busca de crianças para vacinar

Prefeituras com baixa imunização vão em busca de crianças para vacinar

Cidades têm doses, diz Sesa. Equipes vão até casas para encaminhar a postos de imunização

Publicado em 11 de julho de 2018 às 09:58

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Prefeituras vão em busca de crianças para vacinar. (Pixabay)

A reduzida imunização contra sarampo e paralisia infantil no Espírito Santo não tem relação com os estoques de vacinas que, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), estão em dia. Um dos problemas identificados é a falta de tempo alegada pelas famílias mas, para enfrentar a situação, prefeituras prometem ir de casa em casa buscar crianças para serem imunizadas em postos

É o que afirma Júlio Baldotto, secretário de Saúde de Conceição da Barra, que vive um paradoxo: enquanto a vacinação de poliomielite está no limite do crítico, a da tríplice viral superou a meta dos 95%. “Vamos fazer uma busca ativa das crianças, com os agentes de saúde indo de casa em casa para verificar o cartão de vacinação. As não imunizadas serão encaminhadas às unidades de saúde.”

Estratégia semelhante vai adotar o município de Viana, buscando as crianças da faixa etária para receber a imunização. Além disso, no mês de agosto, quando será realizada uma campanha nacional de vacinação, vai realizar o atendimento em postos de saúde em dois sábados (11 e 18).

Essa mobilização pela busca ativa é o que tem dado resultado em Vitória, que passou dos 95% de crianças de um ano imunizadas pelas duas vacinas. Mas no que depender de Marcia de Oliveira, 44, a prefeitura não vai precisar ir até a sua casa. Ela mesma ajuda a manter a carteira de vacinação do neto Victor Hugo, de 2 anos, em dia. “É importante”, frisa.

Já em Cariacica, que apresenta o segundo pior índice na vacinação contra sarampo e rubéola, começa uma nova estratégia a partir da próxima quarta-feira. Será realizada uma ação especial de multivacinação em unidades que não possuem sala da vacina. “A intenção é atualizar o cartão de vacina de crianças de 0 a 6 anos 11 meses e 29 dias. Além disso, será ofertada a tríplice viral para completar o esquema vacinal de pessoas com até 49 anos de idade”, diz nota da prefeitura.

Na Serra, além de já realizar atendimentos aos sábados, está sendo avaliada a implantação de dois novos projetos: a vacinação em escolas e abertura de salas de imunização até as 21 horas. Na Grande Vitória, apenas Vila Velha não respondeu. 

Presidente do Colegiado de Secretários Municipais de Saúde do Espírito Santo (Cosems-ES), Andreia Passamani Barbosa Corteletti sustenta que os indicadores não correspondem à realidade de muitas cidades pois, segundo ela, os dados estão desatualizados no sistema e toma como referência Santa Teresa, onde é gestora. Pelas informações que constam no Programa Nacional de Imunizações, o município apresenta o pior índice de cobertura de tríplice viral no Estado, com 64,08%, mas Andreia acredita que já esteja perto de 100%, ou seja, acima da meta de 95% do público-alvo.

A projeção da secretária leva em consideração o fato de que os agentes de saúde visitam as casas dos moradores e conferem a carteira de vacinação das crianças. "Se tivermos ainda alguma criança para vacinar, é um número muito pequeno", assegura. Andreia Passamani acrescenta que o problema está na forma de alimentar o sistema, o que tem criado distorções por aqui e em outros estados. Tanto que já virou pauta de discussão para que haja mudança. 

Mesmo afirmando que os dados não correspondem, Andreia Passamani reconhece que os municípios também enfrentam dificuldades para imunizar as crianças. Primeiro, ela aponta que, desde 2013, têm ocorrido episódios de desabastecimento de vacinas, com repasses irregulares das doses pelo Ministério da Saúde. "Então, uma mãe leva o filho uma, duas vezes para vacinar e não encontra vacina. Depois, ela desiste. O serviço perde a credibilidade", observa.

Outro problema foi uma mudança na oferta das doses que, até 2016, era uma por frasco. Agora, são várias vacinas e, para evitar desperdício depois que o frasco é aberto, muitos municípios foram obrigados a concentrar a vacinação em um número menor de unidades de saúde. "É uma política do governo federal que também afastou as pessoas das vacinas. Quando estava mais perto de casa, era mais fácil para levarem as crianças para se vacinar,"finaliza.

FALTAM DOSES CONTRA MENINGITE C

Está faltando vacina contra a meningite C no Estado. O motivo é um desabastecimento nos postos. O Estado explicou que a situação acontece porque a quantidade de doses enviadas pelo Ministério da Saúde caiu.

O Estado recebe 25 mil doses por mês. Em maio, chegou 10% dessa quantidade. Em junho, o repasse foi de 15%. O ministério disse que o repasse está prejudicado porque o laboratório que produz as vacinas atrasou entregas. Segundo o Estado, a situação será normalizada em agosto.

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