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Serra e Cariacica vão ampliar vacinação contra o sarampo

Serra e Cariacica vão ampliar vacinação contra o sarampo

Objetivo é elevar cobertura contra a doença, que voltou a preocupar no país

Publicado em 21 de julho de 2018 às 01:03

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Manchas avermelhadas, em erupções cutâneas, estão entre os principais sintomas do sarampo. (Romolo Tavani/Shutterstock)

Os municípios de Cariacica e Serra, na região metropolitana, começam a adotar ações para aumentar a cobertura vacinal da tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba) e da poliomielite (paralisia infantil) das crianças de um ano.

A Prefeitura da Serra, segundo a assessoria de imprensa, está vacinando aos sábados para estimular a atualização do cartão de vacinação das famílias que não podem comparecer às unidades de saúde durante a semana. Hoje, o atendimento será em Serra-Sede, das 8 às 16 horas. Também vai haver vacinação durante o evento “Serra Mais Você”, das 8 horas ao meio-dia, em José de Anchieta. Ainda neste semestre, há previsão de realizar ações de imunização em escolas e estender o horário de atendimento nos postos até as 21 horas.

Já no município de Cariacica, até o dia 7 de agosto, haverá multivacinação em unidades que não possuem a sala de vacina. “A intenção é atualizar o cartão de vacina de crianças de 0 a 6 anos 11 meses e 29 dias. Além disso, será ofertada a vacina de tríplice viral para aqueles que não possuem vacinação e para completar o esquema vacinal de pessoas com até 49 anos de idade”, informa a assessoria, por nota.

A ação será realizada sempre das 8h às 15h. Na próxima semana, nos dias 23 e 24, em Campo Verde, e 25 e 26, em Vila Graúna. Depois, a equipe de vacinação estará em Porto de Santana, nos dias 1º e 2 de agosto, e em Mucuri, nos dias 6 e 7. Nas demais unidades, com exceção de Sotelândia que já teve a multivacinação, a imunização é oferecida todos os dias, das 7h30 às 15h30. A tríplice viral, porém, é aplicada às segundas, quartas e sextas-feiras.

Em Viana, durante a campanha nacional de vacinação, programada para o período de 6 a 31 de agosto, haverá atendimento em dois sábados: nos dias 11 e 18, este já estabelecido como o Dia D pelo Ministério da Saúde.

Vitória e Vila Velha, por sua vez, avaliam a realização de novas estratégias. A Capital já tem cobertura vacinal superior a 95%, mas a assessoria da Secretaria Municipal de Saúde informa que podem ser realizadas mais ações para ampliar a cobertura.

Em Vila Velha, há possibilidade de o atendimento ao público ser estendido também aos sábados e está em análise a abertura de postos volantes. Essas medidas estão sendo avaliadas pela Vigilância Epidemiológica, segundo a assessoria da Secretaria de Saúde.

O sarampo é uma doença altamente infecciosa, cuja transmissão é feita pelo ar - tosse, espirro e até respiração – e como as manchas vermelhas aparecem somente por volta do quarto ou quinto dia, muitas vezes quem está infectado não tem o diagnóstico precoce e acaba espalhando o vírus.

A vacina é a única forma de prevenção. Somente não precisa tomar as doses quem já foi imunizado ou já contraiu a doença. “Sarampo só dá uma vez”, afirma o infectologista Lauro Ferreira Pinto.

TIRA-DÚVIDAS

O pediatra, membro da Comissão Nacional de Sarampo, Ronaldo Martins, esclarece algumas dúvidas relacionadas à doença.

Risco

 

O risco de o sarampo chegar é no país todo, desde que alguma situação de baixa cobertura vacinal prevaleça naquele local. A doença é contagiosa de pessoa para pessoa.

Cobertura

A cobertura no Espírito Santo não está tão boa (86,18%). O necessário para cobrir e evitar a doença é 95%, um número alto. O sarampo não quer saber disso; ele simplesmente aparece, onde tiver chance de contágio. A transmissibilidade é muito alta.

Morte

O sarampo mata com muita frequência. Quanto mais desnutrida for a criança, mais desprotegida.

Indicação de vacina

O Ministério da Saúde está pedindo que se dê prioridade absoluta a crianças de 1 a 5 anos, e é o que vai ser feito na campanha de 6 a 31 de agosto. Essa campanha é de vacinação indiscriminada, que significa: todos devem tomar independentemente da situação vacinal anterior. Excepcionalmente, se está dentro do mês que tomou a vacina, eu acredito que não vão fazer nova vacina com um mês de diferença. Os outros devem tomar.

Menores de 1 ano

A vacina sempre foi feita a partir de um ano de idade. Há muitos anos ela era feita mais cedo, mas já tem vários anos que o Ministério da Saúde trocou a idade, por possibilidade de fazer a partir de um ano e não mais cedo. Só se faz mais cedo, a partir de nove meses por exemplo, se estiver dentro de uma epidemia grosseira. Mas esse não é o nosso caso. Atualmente no Espírito Santo não temos casos de sarampo, mas não estamos longe do risco de ter.

Maiores de 5 anos

Uma criança até cinco anos deve ter na rotina duas doses de vacina feitas. Se ela já tem mais de cinco anos e já tem essas duas doses feitas, não tem mais nada que precise fazer. Se uma pessoa desesperada quiser fazer uma terceira dose extra por conta dele, ele pode fazer, mas não é a indicação. A indicação é ter até os 29 anos duas doses de vacina feitas.

Adultos

Adultos, está na hora de ir atrás dos seus cartões de vacina e verificar isso. Se ele já tem duas doses até os 29 anos, não precisa fazer mais nada. Dos 30 aos 49 anos, se a pessoa tem pelo menos uma dose, basta. Os adultos que precisam tomar a vacina, ou colocar em dia, não é nesse momento. No período de 6 a 31 de agosto a prioridade é absoluta para as crianças de 1 a 5 anos de idade.

Espera

O adulto pode esperar, ele vai saber que depois vai poder colocar a vacina dele em dia. Dar prioridade às crianças até 5 anos é essencial nesse momento da campanha. Na verdade a vacina é contra sarampo, caxumba e rubéola (tríplice viral).

Perda do cartão

Se é criança até 5 anos que não tem nenhuma dose, ela vai fazer a vacina agora e 30 dias depois vai tomar a segunda. Depois disso, até os 29 anos, vai fazer a mesma coisa: tomar uma dose agora e 30 dias depois a segunda. Maiores de 30 anos devem tomar uma dose pelo menos.

Falha

A falha é de vacinação. Existem várias vertentes que levam a isso: a pessoa achar que, como é uma doença que não conhece, não tem tanta importância e deixa de vacinar; existe também uma filosofia de não vacina por uma série de motivos; tem um ramo da homeopatia que acha que a pessoa não precisa de vacina porque deve ter a imunidade própria. Essas pessoas não têm noção do que é um pavilhão de isolamento, onde eu trabalhei muitos anos, vendo um monte de criança morrer de um monte de doenças que hoje podem ser evitadas com vacina.

 

 

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